Enquanto os preços da carne bovina disparavam durante a pandemia, muitos consumidores cearenses migraram para a carne de frango e aumentaram o consumo de ovos. Contudo, em meados do ano passado, até mesmo essas duas fontes de proteína tiveram altas expressivas de preço.
No caso do ovo, aliás, os valores seguem subindo nacionalmente, já tendo se elevado em média 3,39% no 1º trimestre de 2023, na comparação com os três primeiros meses do ano passado. O frango teve alta menor, de 0,52%, no mesmo período analisado. Em Fortaleza, o cenário é ligeiramente diferente, conforme aponta o presidente da Associação Cearense de Avicultura (Aceav), João Jorge Reis.
"Nos quatro primeiros meses deste ano, houve uma queda expressiva do preço do frango para o consumidor e há uma perspectiva de recuperação, a partir agora do 3º trimestre. Para o ovo, a gente deve ter um cenário estabilizado de preços para o resto do ano, uma vez que houve um aumento no preço por todo esse primeiro trimestre", explica.
Ele cita que houve um descompasso entre as expectativas dos produtores quanto à recuperação do poder aquisitivo do consumidor e a realidade. "A gente esperava maior ganho de renda, mas não houve essa melhora. Pelo contrário, houve queda. Então, houve uma queda no consumo e também uma oferta maior do que a procura", diz.
Apesar do desajuste momentâneo entre demanda e oferta, Reis destaca que o segmento avícola tem maior capacidade que outras cadeias produtivas para fazer esse tipo de correção de rumo. Ele também comemora o fato de o Brasil não ter sido atingido por surtos de gripe aviária, como aconteceu em outros países.