Um dos principais símbolos da campanha do então candidato e hoje presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a picanha, bem como outros cortes bovinos, têm experimentado um momento de preços mais favoráveis, oscilando entre quedas e altas mais modestas que as registradas ao longo dos anos de 2020 e 2021, quando o valor do produto disparou e, a carne sumiu da mesa do consumidor de baixa renda.
No 1º trimestre, por exemplo, a variação foi de 0,03%, quando considerado o conjunto de carnes bovinas, um percentual praticamente estável. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas de Fortaleza (Sindicarnes), Everton Silva, lembra que "no período da pandemia, houve aumentos constantes, mas agora está voltando à normalidade. O consumo é que regula esse preço".
"A produção de carne no Brasil se divide em dois períodos. O primeiro que vai de janeiro a julho, que nós chamamos de safra do boi e o segundo que vai de agosto a dezembro, que é a entressafra quando há um aumento, dependendo do mercado. Ele pode ser um pouco maior ou um pouco menor, mas houve estabilização com pequenas quedas em alguns cortes no primeiro período desse ano", complementa.
Já sobre o leite, o presidente do Sindicarnes, vê perspectivas mais consolidadas de queda do preço do produto ao consumidor cearense, diferentemente do que projeta o Ipea para o cenário nacional. No Brasil, o produto, aliás, subiu 3,99% nos três primeiros meses do ano.
"A nossa bacia leiteira é boa. Com a quadra chuvosa que houve esse ano, deverá aumentar essa produção, com pasto suficiente para alimentar o gado. Então, a perspectiva é de melhora", projeta Everton Silva.