Apesar de cultivar relações com o Banco do Nordeste desde 2021, o Banco Europeu de Investimentos (BEI) não possui investimentos em projetos do Governo do Ceará. Para ampliar os relacionamentos no Brasil, o BEI inaugurou um escritório em Brasília e a visita do vice-presidente, Ricardo Mourinho, ao Ceará também envolveu encontro com representantes do Governo do Ceará.
Segundo Mourinho, ainda não há nenhuma operação em curso, mas o BEI tem interesse em conhecer as prioridades do Estado em relação aos projetos. Mas sabe que Fortaleza é destino de diversos cabos submarinos, que ligam a Europa e a América Latina, setor considerado prioritário.
O vice-presidente do BEI destaca que, a partir do contato, irão realizar a avaliação dos projetos, levando em consideração o risco de crédito e impacto econômico - quanto o investimento geral de empregos e riquezas - e o impacto ambiental e social.
"O que o Banco Europeu de Investimentos traz não é apenas crédito em condições favoráveis e em prazos longos. Isso é importante, mas há, sobretudo, nosso papel na avaliação da qualidade dos projetos. Nós só financiamos projetos que cumpram um certo nível de critérios de qualidade e somos bastante exigentes", ressalta.
Sobre a economia brasileira e as perspectivas do BEI para o País, declara que consideram o Brasil um grande parceiro em escala global, "que passou por um período de quatro anos em que esteve com uma política que não esteve voltada ao multilateralismo e que tinha um alinhamento mais reduzido com aquilo que era agenda climática, nomeadamente em relação à Amazônia."
Mas há um entendimento de que, a partir da mudança de governo, as parcerias possam se viabilizar. "O Brasil tem desafios enormes ao nível de desigualdades, portanto precisa buscar as condições para gerar mais riqueza. A transição energética temos que fazer em resposta às mudanças climáticas e só será bem-sucedida se for justa".