Com a alta nos preços de oito dos 12 produtos da cesta básica, a Grande Fortaleza registrou inflação de 0,43% em maio de 2023. Isso significa que o trabalhador teve de desembolsar R$ 672,66 para comprar todos os itens, comprometendo 55,09% do salário mínimo (R$ 1.320).
Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), foram divulgados nesta terça-feira, 6 de junho, e mostram que o cidadão fortalezense teve de desprender 112 horas e 7 minutos de sua jornada mensal para esta finalidade.
Conforme o estudo, o gasto com alimentação de uma família padrão (dois adultos e duas crianças) ficou em R$ 2.017,98 para maio.
No País, em maio de 2023, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.652,09 ou 5,04 vezes o mínimo reajustado em R$ 1.320.
Em abril, o valor necessário era de R$ 6.676,11 e correspondeu a 5,13 vezes o piso mínimo, que era de R$ 1.302. Em maio de 2022, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.535,40 ou 5,40 vezes o valor vigente na época, que era R$ 1.212.
Dentre os preços da cesta básica na Grande Fortaleza, as maiores altas em maio foram do leite (3,77%), do açúcar (2,95%), do pão (2,85%), além de feijão (0,98%), manteiga (0,95%), arroz (0,52%), tomate (0,33%) e café (0,20%).
Já as baixas mais relevantes foram da banana (-4,99%), do óleo (-4,57%), da farinha (-0,26%) e da carne (-0,16%).
Na variação semestral, a inflação da cesta ficou em 6,66% e no ano em 7,03%. Isto significa que a alimentação básica em maio de 2023 (R$ 672,66) está mais cara do que em novembro de 2022 (R$ 630,67) e acima de maio de 2022 (R$ 628,46).
Somente considerando o semestre, o óleo (-12,18%), o leite (-8,92%) e a banana (-6,80%) tiveram as maiores deflações, já tomate (79,09%), farinha (20,50%) e feijão (14,13%) encareceram.
Já na série de 12 meses, óleo (-25,35%) e tomate (-7,63%) apresentaram as maiores quedas, enquanto farinha (36,56%), tomate (21,30%) e leite (18,98%) subiram de preços.
O valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu em 11 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. As maiores retrações em maio ocorreram em Brasília (-1,90%) e Campo Grande (-1,85%).
As altas foram observadas em Salvador (1,42%), Curitiba (1,41%) e Belém (1,37%).
São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 791,82), seguida de Porto Alegre (R$ 781,56), Florianópolis (R$ 765,13) e do Rio de Janeiro (R$ 749,76).
Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 553,76), João Pessoa (R$ 580,95) e Recife (R$ 587,13).
Já maio de 2022 ante maio de 2023 foi a comparação em que 14 capitais tiveram aumento de preço, com variações que oscilaram entre 0,98%, em Aracaju, e 7,03%, em Fortaleza. Mas Recife (-1,47%), Curitiba (-1,38%) e Florianópolis (-0,90%) recuaram.
Nos cinco primeiros meses do ano, o custo da cesta básica aumentou em 11 cidades, com destaque para as taxas de Aracaju (6,28%), Belém (4,75%) e Salvador (4,14%). As quedas variaram entre -4,24%, em Belo Horizonte, e -0,40%, no Rio de Janeiro.
Quando se olha para todas as capitais, o valor do óleo de soja baixou em todas, com recuos entre -14,30%, em Aracaju, e -2,42%, em Goiânia.
Mas em 12 meses o movimento foi de queda em todas as cidades, sobretudo em Belo Horizonte (-39,90%), Campo Grande (-36,01%) e Rio de Janeiro (-35,74%).
Conforme o Dieese, houve redução do preço nacional e internacional da soja. "A demanda enfraquecida no mercado interno influenciou a diminuição dos preços praticados no varejo", aponta a pesquisa.