O Ceará tinha ao todo 141.183 contas de investidores pessoa física na Bolsa de Valores (B3), com montante aplicado de R$ 7,05 bilhões, em maio deste ano.
O número de contas com esse perfil no Ceará é 27,2% maior que o registrado em maio do ano passado. Por outro lado, o montante teve queda de 3,2%, no mesmo período considerado.
Os resultados obtidos em maio de 2023 colocam o Estado na 9ª posição nacional em termos de investimento e na 11ª em número de contas de pessoa física, tendo cada qual uma média de R$ 49.713,35 aplicados.
Tais movimentos ocorrem em um contexto de muita oscilação no Índice Ibovespa, que vem desde o ano passado, e registrou mínima de 96.121 pontos em 14 de julho e máxima de 119.929 pontos em 21 de outubro.
Nesse recorte de tempo, São Paulo lidera tanto em número de contas de investidores pessoas físicas, com quase 2,2 milhões e montante investido de R$ 222,5 bilhões.
O estado do Amapá, por outro lado, tem o menor número de contas de investidores pessoas físicas. Os dados são de estudo que analisa a evolução dos investidores pessoas físicas, realizado pela própria B3.
O diretor de Relacionamento com Clientes e Pessoas Físicas da B3, Felipe Paiva, ressalta que a região Nordeste vem crescendo em ritmo acelerado. Foi a segunda região que mais cresceu em termos de novos investidores desde 2020 até hoje, uma alta de 133%.
"E o potencial de crescimento ainda é enorme. Por isso, disseminar os benefícios do investimento de longo prazo e adequado ao perfil de cada um com certeza pode ajudar o investidor a entender que a bolsa pode ser acessível a todos”.
Em outro recorte divulgado na pesquisa, esse considerando números nacionais, a Bolsa observou uma alta, nos últimos 12 meses, de 23% no número de investidores pessoas físicas, no período encerrado em março.
Ao todo, cerca de 1 milhão de investidores abriram contas na B3. Com isso, o número total de pessoas físicas investindo na Bolsa chegou a 5,3 milhões e o número de contas a 6,1 milhões, com um montante de R$ 439 bilhões sob custódia.
Segundo Felipe Paiva, há um movimento de pessoas começando a investir cada vez mais cedo, com valores baixos, experimentando mais de um produto, inclusive diversificando entre renda fixa e variável.
"A educação financeira, muito disseminada nos últimos anos, inclusive pela B3, contribuiu para que as pessoas entendessem o papel de cada investimento em suas carteiras e o utilizassem de forma a impulsionar suas possibilidades de rendimento”.
Embora expressivo, o crescimento da renda variável foi inferior ao registrado na renda fixa, que teve expansão de 34%. A razão para essa diferença seria, segundo a análise da B3, o movimento de alta e, posteriormente de manutenção da Selic em patamares elevados pelo Banco Central.
Com isso, 4 milhões de pessoas físicas passaram a investir nesse tipo de aplicação. O número total de investidores chegou, assim, a 17,6 milhões.
Contudo, a percepção de que a taxa básica de juros deve começar um movimento de queda ainda em 2023, pode reverter essa tendência e levar a renda variável a registrar um volume maior de investimentos em relação à renda fixa.
O conselheiro da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec Brasil), Ricardo Coimbra, lembra que “diversas empresas estão com preço de negociação muito abaixo do valor de mercado”.
“O que os analistas de mercado ponderam é que houve diversificação dessas empresas e há potencialidade de retorno nessas empresas. Ou seja, há uma tendência de recuperação no médio e no longo prazo”, acrescenta.
Nesse sentido, Coimbra ressalta que “o mercado de capitais cresce muito quando você tem tendência de queda de juros e fortalecimento da atividade econômica. Então, essa é uma tendência que começa a se delinear para os próximos anos”.
“Vai ter um ativo que deve ser muito operado aqui, que é a criptomoeda, por conta do processo de regulamentação. É um cenário que se mostra mais promissor”, projeta o economista.
CEARÁ NA B3
MAIO/2023
113.402 homens: R$ 5,64 bilhões aplicados
28.411 mulheres: R$ 1,41 bilhões aplicados
141.813 total: R$ 7,05 bilhões aplicados
Média de R$ 49.713,35 por conta
1,50% de participação no montante investido nacionalmente
9ª posição nacional em termos de investimento
11ª posição em termos de número de investidores
MAIO/2022
87.501 homens: R$ 6 bilhões aplicados
23.488 mulheres: R$ 1,29 bilhões aplicados
110.989 total: R$ 7,29 bilhões aplicados
Média de R$ 65.682
por conta
1,49 % de participação no montante investido nacionalmente
9ª posição nacional em termos de investimento
11ª posição em termos de número de investidores