A rápida adesão ao programa de descontos em carros novos faz com que a expectativa de queda no mercado de usados aconteça, mas, esse movimento tende a não se confirmar. Isso é o que diz ao O POVO, o presidente do Sindicato dos Revendedores de Veículos Automotores do Estado do Ceará (Sindvel-CE), Everton Fernandes.
Ele explica que, além do preço praticado pelo mercado de veículos novos, as revendas levam em consideração a oferta de carros no mercado e a demanda de clientes. E, por conta da quantidade de crédito liberada e aproximação do fim do programa do governo, não haverá tempo do mercado absorver qualquer mudança de patamar de preços.
Everton destaca que desde o fim de 2022 o mercado já vem experimentando uma queda no patamar de preços dos seminovos e usados, na faixa de 7%. E há expectativa de que esse movimento encerre o ano com variação negativa de até 12%.
No entanto, essa queda ocorre "independente dessa medida do governo". Para que esse movimento de queda se acentue a partir da intervenção do governo, seria preciso alguma ação mais duradoura, explica.
"Essa medida não criou um ambiente favorável, onde novos consumidores estão comprando ou em que a economia esteja aquecida para que novos consumidores começassem a comprar carros", pontua.