As exportações cearenses atingiram em maio um valor de US$ 193,20 milhões. O número representa crescimento de 45,1% em relação a abril, quando foram registrados US$ 133,13 milhões. Bom desempenho do setor de frutas ajuda a explicar o resultado.
Os dados do estudo Ceará em Comex, divulgado pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), mostram que, em comparação a maio de 2022, as exportações subiram 19,9%, superando os US$ 161,14 milhões registrados no mesmo período do ano anterior.
É um cenário bem diferente daquele registrado em abril deste ano, quando as perdas no comparativo anual foram na ordem de 46,7%.
Já as importações no Ceará movimentaram US$ 311,89 milhões em maio deste ano. Aumento de 21,9% em relação a abril, mas uma queda de 37,9% ante maio de 2022.
No contexto da balança comercial do Nordeste, as exportações cearenses têm uma participação significativa, representando 8,6% do total acumulado do ano. Em nível nacional, essa participação é de 0,6%.
Enquanto as importações representam 11,5% do total adquirido pela região Nordeste e 1,3% do total de todo o país no acumulado do ano.
Dentre os estados brasileiros, o Ceará ocupa a 17ª posição em termos de exportações e a 15ª posição em termos de importações.
No acumulado do ano, a balança comercial cearense registrou exportações no valor de US$ 826,22 milhões, representando uma queda de 13,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Já as importações totalizaram US$ 1,31 bilhão, também apresentando redução significativa de 46,5% em relação ao ano anterior. Isso resultou em um saldo comercial negativo de US$ 480,01 milhões, indicando um déficit na balança comercial do Ceará.
O estudo pondera, no entanto, que esse déficit teve uma redução de 67,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.
“Esses resultados destacam o dinamismo do comércio exterior cearense, evidenciando o crescimento expressivo das exportações em maio de 2023, impulsionado pela demanda internacional por produtos cearenses. Ao mesmo tempo, a redução nas importações pode refletir uma menor dependência de bens importados, impulsionando a produção e o consumo local”, enfatiza o estudo.
Em 2023, foram exportados 1.136 tipos diferentes de produtos da pauta exportadora cearense. Aumento de 2,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O setor com maior predominância nas operações é o de “Ferro fundido, ferro e aço”, responsável pela movimentação de US$ 429,74 milhões no acumulado do ano. O número, porém, está 8,2% abaixo do que o registrado no comparativo com o ano anterior. O principal destino destas exportações é os Estados Unidos.
O setor de “Calçados, polainas e artefatos semelhantes; suas partes” é o segundo de maior expressividade da pauta de exportações cearense, somando US$ 129,80 milhões entre janeiro e maio de 2023. Os “Calçados de borracha ou plásticos, com parte superior em tiras ou correias...” foram os produtos de destaque, com importações principalmente da Argentina e dos Estados Unidos.
Já as exportações do setor de “Frutas; cascas de frutos cítricos e de melões”, o terceiro no ranking, registraram um crescimento de 16,2%, totalizando US$ 63,92 milhões. Destacam-se as castanhas de caju, melancias e melões frescos, com destinos como Holanda, Reino Unido e Estados Unidos.
Nas importações, o setor de “Combustíveis minerais, óleos minerais e produtos da sua destilação; matérias betuminosas; ceras minerais” é o grande destaque. Até maio deste ano, foram movimentados US$ 347,36 milhões. O que representa uma expressiva queda de 71,4%.
Já o setor de “Produtos químicos orgânicos” registrou importações no valor de US$ 176,91 milhões, apresentando uma queda de 19,9%. A China se destaca como o principal fornecedor desses produtos.
Até maio de 2023, o estado do Ceará contou com a participação de 56 municípios nas exportações, um aumento de 1,8% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Destes, o grande destaque é São Gonçalo do Amarante que liderou as exportações do Ceará em 2023, com um valor de US$ 495,25 milhões e uma participação de 57% no total exportado pelo estado.
Os produtos à base de ferro e aço foram os principais itens exportados, com destaque para os Estados Unidos e México como principais destinos.
Já a capital cearense registrou vendas no valor de US$ 60,12 milhões. Montante representa 6,9% do total exportado pelo Estado. No comparativo com o acumulado de 2022, houve queda de 11,8%. Os Estados Unidos e Portugal foram os principais destinos dos produtos exportados.
A ordem se inverte quando o assunto são as importações. Fortaleza lidera as compras, sendo responsável por 26,4% do total importado pelo estado. No entanto, houve uma redução significativa de 64,3% nas importações da capital cearense, totalizando US$ 344,30 milhões.
Os principais produtos importados foram do setor de “Combustíveis minerais, óleos minerais e produtos da sua destilação”, com destaque para fornecedores dos Estados Unidos.
Já São Gonçalo do Amarante representou 21,6% das importações do estado, com uma redução de 54,2% e compras totais de US$ 282,20 milhões. O município também teve como principal procura os combustíveis minerais, especialmente dos Estados Unidos.