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Manutenção da Selic em 13,75% ao ano gera críticas
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Manutenção da Selic em 13,75% ao ano gera críticas

| Empresários e sindicatos |
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 Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (Foto: Foto Lula Marques/ Agência Brasil)
Foto: Foto Lula Marques/ Agência Brasil Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto

Pela sétima vez consecutiva, o Banco Central manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% após reunião realizada ontem. Assim, o Conselho de Política Monetária (Copom) segue com patamar do índice inalterado desde agosto de 2022. Apesar da confirmação, o relatório dá a sinalização de que o início de uma trajetória de queda possa ocorrer na reunião de agosto.

Ao manter a Selic no patamar mais elevado desde 2017, o Brasil também permanece como o segundo maior juro nominal do mundo, atrás somente da Argentina. No entanto, se descontar a inflação, o País tem o maior juro real do mundo.

Entidades do setor produtivo e centrais sindicais alertaram para o risco de o nível alto dos juros prejudicarem a recuperação da economia. Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) classificou a decisão do Copom como "equivocada". Segundo a entidade, a Selic está fazendo a inflação desacelerar fortemente, "mas está acima do necessário" e impõe riscos à produção e ao consumo.

"Esperamos que, com a continuidade do movimento de desaceleração da inflação, o Copom inicie já na próxima reunião o tão necessário processo de redução da Selic", afirmou, no comunicado, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Segundo a CNI, entre a reunião do Copom de 2 e 3 de maio e a reunião de ontem a taxa de juros real - que desconsidera os efeitos da inflação esperada - subiu de 8,1% ao ano para 9,2% ao ano. Com isso, a taxa de juros real está 5,2 pontos percentuais acima da real neutra, aquela que não estimula nem desestimula a atividade econômica. A entidade também lembrou que a produção industrial caiu em três dos quatro primeiros meses deste ano.

As centrais sindicais também criticaram a manutenção da Selic. Em nota, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) lembrou que os juros altos encarecem o crédito para as pessoas físicas e as empresas, que estão nos maiores níveis dos últimos anos. Na terça-feira, 20, diversas entidades de trabalhadores protestaram na frente do Banco Central contra os juros altos.

"Todos nós estamos perdendo", destacou no comunicado a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira. (com informações da Agência Brasil) 

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FATORES

A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) avalia que o recente alívio nos preços e a contínua redução das expectativas inflacionárias indicam que haveria espaço para um recuo na Selic.

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