O próximo passo para a usina de biometano da GNR Fortaleza é suspender o descarte de dióxido de carbono (CO²) e comercializar esse gás. No entanto, o preconceito foi um entrave nas primeiras negociações.
Thales Motta, diretor da usina, diz que há a possibilidade de utilizar o CO² obtido do aterro na indústria de bebidas, em produtos como refrigerantes, por exemplo. Mas ao saber da origem do processo, uma grande empresa internacional desanimou.
"Não é uma questão apenas tecnológica, mas mercadológica. A indústria compra CO² da Bahia e de São Paulo, mas existe um preconceito de se usar esse CO². A questão é que a tecnologia embutida e o padrão de purificação consegue resolver completamente essa questão", acrescenta.
O executivo destaca que a GNR Fortaleza agora tenta viabilizar a produção e exportação de bioetanol proveniente do CO², com foco no mercado europeu, já que o mercado brasileiro ainda não tem maturidade para o consumo de um biocombustível, como o etanol verde e o hidrogênio verde.
Thales enfatiza que já existem navios europeus que são movidos a metanol, o que gera um mercado importante para reduzir o consumo de diesel nos navios.
"Para gerar um biocombustível como esse, que usa dez vezes mais energia elétrica que a atual produção de biometano, com preço maior, mas é um custo que o mercado europeu tem interesse em pagar", pontua.
Thales compara com a situação do hidrogênio verde, que pode ser considerado um combustível caro, mas há uma consciência nos países ricos, de pagar esse "prêmio" por um combustível verde.