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Fortaleza é a capital que mais lança imóveis no Nordeste
Economia

Fortaleza é a capital que mais lança imóveis no Nordeste

| MERCADO IMOBILIÁRIO | Capital cearense superou Salvador e lançou 7,1 mil novas unidades. Custo do metro quadrado no Ceará é 25% mais caro que a média da Região, segundo dados da Abrainc
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Construção civil no Ceará liderou em lançamentos no Nordeste (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Construção civil no Ceará liderou em lançamentos no Nordeste

As empresas do ramo imobiliário cearense apresentaram ao mercado 7.115 novos empreendimentos, o que credenciou Fortaleza como a capital que mais lançou imóveis no Nordeste. De acordo com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), o número de lançamentos da Capital fez com que superasse Salvador-BA (6.719 unidades).

Os dados são da Brain Inteligência Estratégica, num recorte da Abrainc sobre as expectativas do mercado imobiliário na região Nordeste. As informações representam o recorte de abril de 2022 a março de 2023.

Dentro desse contexto, o perfil do consumidor foi ponto de análise da pesquisa. As unidades residenciais mais populares no Ceará são as de dois quartos. Mais da metade das ofertas, 65,4%, são nesse modelo.

Neste recorte, também é possível observar que o custo do metro quadrado (m²) no Ceará é 25% mais caro que a média da Região. Ainda assim, Fortaleza é o segundo maior custo por metro quadrado da região, com o valor médio de R$ 9.701 por m², ficando acima da média do Nordeste, que é de R$ 7.758, e sendo mais barato apenas que o preço em Maceió, que é de R$ 10.537.

Fortaleza foi a segunda capital nordestina que mais vendeu unidades residenciais no período analisado pelo levantamento, quando foram vendidos 6.406 imóveis em toda a cidade, ficando atrás apenas de Salvador, que vendeu 7.983. Por estados, o Ceará aparece como terceiro com mais unidades residenciais vendidas, com 10.638 imóveis, atrás apenas da Bahia e Pernambuco.

Para o presidente do Sindicato das Construtoras do Ceará (Sinduscon-CE), Patriolino Dias de Sousa, o mercado imobiliário está animado com as novas perspectivas que o cenário econômico desenha. Em entrevista à Rádio O POVO CBN, ele destaca que o mercado local nunca chegou a enfrentar uma bolha imobiliária, mas reconhece que a crise econômica e a pandemia fizeram com que alguns lançamentos fossem postergados.

Patriolino pontua que no período entre 2015 e 2019 os construtores não colocaram mais produtos no mercado, depois, em 2020 e 2021, alguns lançamentos foram postergados, "então isso ajudou a enxugar mais ainda os estoques".

Ainda segundo Patriolino, as novas regras do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) são benéficas ao setor, com "uma realidade de taxa de juros de padrão primeiro mundo". Já para o restante do mercado, o nível de Selic estaria "na estratosfera".

"Esperamos que nos próximos meses, a partir da queda da inflação e a sinalização de que o Governo esteja implementando reformas necessárias, a gente consiga diminuir. Aí sim, o mercado imobiliário e a construção civil poderá ser a mola propulsora do crescimento econômico do Brasil", afirma.

A expectativa do setor é de que o mercado imobiliário tenha uma grande alta durante o decorrer de 2023, puxado pelo crescimento econômico no Brasil e, no Nordeste, esse avanço deve ser ainda mais considerável devido ao novo MCMV, como diz o presidente da Jotanunes, Paulo Nunes.

"Com o novo MCMV houve mais uma melhora na curva de subsídio e na taxa de juros para a nossa região, e isso veio ajudar a recuperar o volume de atividade que nós tínhamos. A gente vem recompondo os resultados. A aplicação está sendo muito pontual e isso vai dar uma capacidade de compra maior e dar uma perspectiva muito melhor para as empresas", disse.

No primeiro trimestre deste ano, as vendas de imóveis no Nordeste representaram apenas 11,7% do que foi vendido em todo o Brasil. Já em lançamentos, a Região corresponde a 13,1%.

No entanto, Fábio Tadeu Araújo, CEO da Brain, destacou que os índices do País estão melhores do que os previstos e o mercado deve sentir isso nos próximos meses: "Desde 1º de maio, o mercado vive um otimismo melhor do que nos últimos seis meses. As pautas começam a andar e surge uma expectativa positiva de que as coisas vão funcionar", completou. (Colaborou Samuel Pimentel)

NOVO MINHA CASA MINHA VIDA: As novidades que Lula impôs ao programa

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RETOMADA

No governo de Jair Bolsonaro, o MCMV tinha sido substituído pelo Casa Verde e Amarela, que, embora tenha registrado redução nas taxas de juros de casas financiadas com FGTS, foi marcado pelo abandono da faixa 1 por falta de recursos.

 

As novidades do MCMV

Faixa 1
A Faixa 1 abrange famílias que recebem até R$ 2.640 por mês. Porém, houve a criação de uma subfaixa. Entenda como fica para os cotistas:
- Até R$ 2000: taxa de 4%, no Norte e Nordeste, e 4,25% nas demais regiões
- De R$ 2.000 a R$ 2.640: taxa de 4,25%, no Norte e Nordeste, e 4,5% nas demais regiões

Já para os não cotistas, a taxa fica da seguinte forma:
- Até R$ 2000: taxa de 4,5%, no Norte e Nordeste, e 4,75% nas demais regiões
- De R$ 2.000 a R$ 2.640: taxa de 4,75%, no Norte e Nordeste, e 5% nas demais regiões

Faixa 2
Para se enquadrar na faixa 2, é necessário ter uma renda familiar mensal de R$ 2.640,01 a R$ R$ 4.400. Porém, existe uma divisão em três faixas para a diminuição de juros. Entenda como fica para os cotistas:
- De R$ 2.640,01 a R$ 3.200,00: taxa de 4,75%, no Norte e Nordeste, e 5% nas demais regiões
- De R$ 3.200,01 a R$ 3.800,00: taxa de 5,50% para todas as regiões
- De R$ 3.800,01 a R$ 4.400,00: taxa de 6,50% para todas as regiões

Já para os não cotistas, a taxa fica da seguinte forma:
- De R$ 2.640,01 a R$ 3.200,00: taxa de 5,25%, no Norte e Nordeste, e 5,5% nas demais regiões
- De R$ 3.200,01 a R$ 3.800,00: taxa de 6% para todas as regiões
- De R$ 3.800,01 a R$ 4.400,00: taxa de 7% para todas as regiões

Faixa 3
Os beneficiários Faixa 3 são aqueles que possuem renda familiar mensal de R$ 4.400,01 a R$ 8.000. Estes, por sua vez, não são divididos em subfaixas.
Portanto, para cotistas, a taxa de juros fica 7,66% para todas as regiões. Já os não cotistas, 8,16% no país inteiro.

Como se tornar Pró-Cotista
O Pró-Cotista é uma linha de financiamento exclusiva para quem contribui ou já contribuiu com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Por isso, utiliza os recursos do Programa Especial de Crédito Habitacional ao Cotista do FGTS.

Com o programa, você um imóvel novo ou usado e tem até 30 anos para pagar. Além disso, possui taxas de juros anuais reduzidas.
- Comprometer até 30% da renda familiar mensal bruta
- Valor máximo do imóvel de R$ 1.500.000,00
- Limite de financiamento de até 80% do valor de venda ou avaliação, o que for menor
- Prazo do financiamento de até 360 meses
- Sistema de amortização: SAC ou Price
Fonte: Governo Federal

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