Depois de financiar descontos na venda de carros zero quilômetro, o governo deve discutir eventual redução de impostos para itens de linha branca, como geladeiras e máquinas de lavar.
O assunto vai entrar na pauta de reunião marcada para hoje entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Na última quarta-feira, 12, em evento que marcou a reabertura do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, Lula falou em reduzir o preço dos eletrodomésticos como forma de incentivar o consumo por parte da população de menor renda.
"Falei para o (Geraldo) Alckmin (ministro da Indústria): que tal a gente fazer uma 'aberturazinha' para a linha branca outra vez?", disse Lula. Em 2009, durante seu segundo mandato, Lula já havia autorizado o corte do IPI para itens como geladeiras e lavadoras de roupa.
"Amanhã (hoje) tenho despacho com Lula, e linha branca deve ser tema", disse Haddad, em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, da RedeTV. Questionado sobre a possibilidade de o governo lançar um programa com reduções de impostos para esses produtos, Haddad respondeu que é preciso "encontrar espaço" fiscal para a ação.
Neste ano, o governo já lançou um programa para o setor automotivo, no valor total de R$ 1,8 bilhão. Desta cifra, R$ 800 milhões foram usados para bancar descontos entre R$ 2 mil e R$ 8 mil para carros de passeio com valor de venda de até R$ 120 mil, num momento em que as montadoras anunciavam a suspensão de produção e férias coletivas para seus funcionários alegando baixo volume de vendas.
Segundo a Anfavea (que representa as montadoras), o mercado chegou a vender 27 mil veículos no último dia de junho - o terceiro maior volume em um único dia da história.
Com a corrida dos consumidores às lojas para aproveitar os descontos, os estoques de veículos em pátios de montadoras e concessionárias caíram de 251,7 mil para 223,6 mil unidades.
O programa foi criticado por especialistas por incentivar a venda de carros fora do chamado segmento popular. (Agência Estado)
Reforma
Ontem, Haddad afirmou que a alíquota padrão do Imposto sobre Valor Agregado, que será criado com a reforma tributária, deve atingir um "ponto de equilíbrio" e ficará inferior a 25%