O presidente da Associação dos Empresários do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Aecipp), Eduardo Amaral, disse que a demanda por mão de obra para as empresas instaladas no local é de 4,3 mil profissionais até o fim do ano, sendo pouco mais de 900 para contratação imediata. A declaração foi dada durante visita institucional ao O POVO.
“Temos vagas de manutenção, de produção e operação, que é a maior parte desse total, com cerca de 1.400 vagas, entre outras áreas. Essa mão de obra a gente já vem trabalhando e temos uma reposição todos os anos de 5 a 6 mil vagas. Nós podemos dizer, ainda, que encaminhamos 20 mil profissionais por meio do Projeto Aproximar”, explicou.
O projeto é tocado em parceria com o Sistema Nacional de Emprego/Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (Sine /IDT), no sentido de identificar e direcionar os profissionais.
Em paralelo, a Aecipp tem trabalhado a questão da capacitação, junto a entidades como o Instituto Federal do Ceará (IFCE), notadamente o campus de São Gonçalo do Amarante, o Centro de Ensino Tecnológico (Centec) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), entre outras instituições.
No ano passado, só em parceria com o IFCE, foram ofertados 513 cursos técnicos e 115 de qualificação profissional, incluindo cursos de eletrotécnica, eletromecânica, automação industrial, segurança do trabalho e química, inglês, matemática básica, informática, soldador, eletricista predial, auxiliar de laboratório químico, operador industrial eletromecânico.
“A gente tem, ainda, um mapeamento das escolas técnicas e das escolas de educação fundamental, para aqueles estágios escolares”, complementa o presidente da Aecipp. Ele destacou que em ambas as frentes, a associação tem buscado priorizar a mão de obra local. Atualmente, segundo a entidade, 65% dos profissionais que trabalham no complexo residem nos municípios de Caucaia e São Gonçalo, onde a estrutura industrial e portuária está instalada. Outros 26% são de Fortaleza.
Amaral também estimou em R$ 16 bilhões o total de investimentos em logística e infraestrutura, considerando os projetos já anunciados para os próximos dois ou três anos e excluindo os recursos previstos para o chamado hub de hidrogênio verde (H2V). Para essa cadeia produtiva, em particular, as estimativas são de investimentos superiores aos US$ 30 bilhões, ou cerca de R$ 144 bilhões, na cotação atual da moeda norte-americana.
Fundada em 2015, hoje, a Aecipp congrega 69 empresas, sendo 57 do setor de serviços e 12 indústrias e responde por 92% do Produto Interno Bruto (PIB) do complexo industrial, integrado ao Porto do Pecém. Localizado na região limítrofe entre os municípios de Caucaia e São Gonçalo do Amarante, o Cipp tem uma área total de 190 km², cerca da metade do território de Fortaleza.
Para Eduardo Amaral, os investimentos de infraestrutura e logística para o complexo “de alguma forma também vão apoiar a própria construção do hub de hidrogênio e todo esse desenvolvimento de energia renovável”.
Sobre o papel da associação nesse processo, ele destaca que a entidade tem sido “um palco para debater, colaborar e criar um ecossistema de forma harmônica, em termos de valores de investimentos e novas oportunidades de negócio”.