Principal local de transferência de dados de alto tráfego de informação do Mundo, com 17 cabos interligando Fortaleza e o Brasil à países da África, Europa e Américas, o Ceará busca consolidar ainda mais o hub de telecomunicações e incentivar o investimento em inovação tecnológica. Para atingir esse objetivo, a tecnologia 5G será, nos próximos anos, o foco do setor, que destina ainda bastante atenção à fibra óptica.
A expansão da nova geração de telefonia móvel no País, que completou um ano de ativação em julho deste ano, justifica o comportamento. No entanto, a possibilidade de crescimento do mercado de fibra óptica, que é uma das tecnologias que mais se desenvolveu no Estado desde a criação do cinturão digital, em 2007, também motiva esforços das empresas de telecom no Estado.
Hoje, o Ceará tem mais de mil provedores de internet que geram mais de 40 mil empregos diretos, sendo oito mil diretamente ligadas ao sindicato ao Sindicato das Indústrias e Empresas de Telecomunicação do Ceará (Sindimest-CE). Foi Urbano Costa Lima, presidente da entidade, que conversou com O POVO e destacou um "investimento significativo em 5G" nos próximos anos.
Ele destacou que a tecnologia possui uma velocidade 10 vezes maior do que o 4G, além de uma latência (tempo de resposta entre pontos de troca de informação, como computador e datacenter) muito menor. E mesmo necessitando de 10 vezes mais antenas do que o 4G, elas são bem menores e não demandam grandes estruturas. No entanto, reforça, o mercado cearense também segue atento a outros setores.
"Telecom nunca para. É fibra, antena, 5G... Hoje, no mundo, já tem experiência com 6G, e é um mercado que sempre vem inventando. O nosso foco é trazer a inovação para que as empresas tenham acesso fácil e possam melhorar sua competitividade, ter mais eficiência no processo e poder competir de forma vitoriosa com os produtos estrangeiros", disse.
No entanto, a fibra óptica ainda deve seguir no radar dos investidores. Segundo o presidente, ainda há margem de expansão em vários distritos e municípios, citando que a partir do momento em que os grandes centros vão sendo bem atendidos, as provedoras vão migrando em busca de mais clientes.
Urbano também apontou "a facilidade" que o Governo do Estado tem dado para implantar polos e indústrias no Ceará na aprovação de projetos, na opção de licenciamento de plantas industriais e data centers e nas energias renováveis, como uma vantagem competitiva para as telecomunicações no Ceará.
"Pouco mais de duas semanas atrás um grupo grande que tem a maior rede neutra de fibra do Brasil confirmou que está fazendo uma planta nova e vai fazer um novo investimento no data center e se instalar em função dessas fibra óticas", completou.
Para debater o mercado de tecnologia e telecomunicações, o Ceará vai receber, em 2 e 3 de junho, o Telecom Summit, promovido pelo Sindicato das Indústrias e Empresas de Telecomunicação do Ceará na sede da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec).
O evento tem como objetivo compartilhar com o mercado as mais recentes práticas de telecom e assim fortalecer os mais variados segmentos da indústria. Entre os temas que serão debatidos estão a internet 5G, cibersegurança, Indústria 4.0, data centers, inteligência artificial, realidade aumentada e virtual, Internet das coisas (IoT), cidades inteligentes, telemetria, robótica, entre outros assuntos.
Urbano destacou ainda que o evento contará com espaços de qualificação, além do debate de temas. As iniciativas incluem capacitações para empresas. Além disso, o Summit Telecom também vai tratar da principal aposta para o desenvolvimento da economia cearense nos últimos anos e promoverá um painel falando da influência da organização e da tecnologia de Telecom para o projeto do hidrogênio verde.
"Nosso objetivo com o evento é incentivar o investimento em inovação tecnológica, pois é assim que as empresas terão mais sucesso na busca da excelência e competitividade", disse.