No que se refere às energias renováveis, a grande aposta do Nordeste é a implementação de uma indústria produtora de hidrogênio verde. Inicialmente prevista para produção visando exportação para países europeus, essa indústria corre risco antes mesmo de ser implementada pela demora na regulamentação.
A coordenadora regional do Instituto Nacional de Energia Limpa (Inel), Cibele Gaspar, avalia que o Brasil precisa acelerar na implementação de leis.
Ela elenca a regulamentação do mercado de baixo carbono, energia eólica offshore e hidrogênio verde. Esse tema foi amplamente discutido nesta semana, em reunião do Consórcio Nordeste com o vice-presidente Geraldo Alckmin, em que os governadores cobraram a regulação até o fim do ano. Nos estados, eles são pressionados por empresários, que ameaçam transferir os investimentos para os Estados Unidos.
Outro desafio neste contexto é a falta de recursos disponibilizados pelos bancos de desenvolvimento para energias renováveis. Cibele, que está em contato direto com investidores a partir do Inel, cobra que a ação dos bancos vá além da pauta ESG interna.
"A sociedade precisa que o ecossistema econômico crie mais fundings para financiar projetos de adaptação às mudanças climáticas. Isso é urgente e essencial para caminharmos bem nesse desafio", diz. (Samuel Pimentel)