A tramitação da reforma tributária deve gerar aproximações de representantes de espectros diferentes na arena política. Assim, senadores nordestinos da base e da oposição ao governo Lula, prometem defender pautas similares.
Um exemplo é a análise sobre a distribuição da arrecadação pelo Conselho Federativo. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) afirma que as duas propostas serão avaliadas (a original e a vinda da Câmara dos Deputados), mas ele não descarta uma terceira opção.
Girão defende uma melhor avaliação das regras de repartição do FNDR, "para que não se amplie as exceções tributárias que acabam afastando da meta de equalização da carga tributária".
Ainda dos pontos mais discutidos, Girão reforça que "as exceções são excessivas, havendo a necessidade de serem reduzidas para não sobrecarregar o IVA, gerando um aumento da carga tributária e se afastando do objetivo da reforma".
E sobre a possibilidade de criação de tributos por estados. "Há necessidade de mais análises e debates sobre esta questão. Sou contra qualquer possibilidade de criação de novo tributo por quem quer que seja."
A senadora Teresa Leitão (PT-PE) lembra de outro ponto de interesse da Região, que é o retorno da prorrogação de benefícios fiscais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para plantas automobilísticas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste até dezembro de 2032.
"Somos a favor do texto que veio da Câmara em sua quase totalidade. Mas divergimos em alguns pontos, e vamos brigar por eles. O principal é a questão da isenção para o setor automotivo, que beneficiaria sobretudo estados como Bahia e Pernambuco. Perdemos na Câmara por um voto e queremos restaurar aqui no Senado".
O POVO também procurou os senadores cearenses Cid Gomes (PDT) e Augusta Brito (PT), mas não obteve retorno até o fechamento da edição.