O secretário das Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Maximiliano Martinhão, disse ontem em Fortaleza que a Pasta quer antecipar em três anos a ativação do sinal 5G nas sedes de todos os 5.570 municípios brasileiros.
As declarações foram dadas no primeiro dia do Telecom Summit 2023, que reúne empresas do setor, entidades civis e públicas e academia e é promovido pelo Sindicato das Indústrias e Empresas de Instalação e Manutenção de Redes, Equipamentos e Sistema de Telecomunicações do Ceará (Sindimest) e pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).
No cronograma inicialmente previsto pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), as operadoras que venceram o leilão em novembro de 2021 teriam até 2029 para alcançar essa meta.
Atualmente, 1.712 municípios já estão com a faixa de 3,5 GHz disponível para utilização por estações do 5G, mas a implantação efetiva depende da ativação pelas empresas vencedoras.
“A gente sabe que a implantação do 5G traz desenvolvimento econômico e desenvolvimento social e, por isso, nós estamos pensando em meios para acelerar isso até 2026. Como se faz isso? A gente faz o cálculo de valor presente e verifica quanto já está contratado no edital e quanto a gente precisa contratar. Aí para esse desembolso adicional a gente tem que encontrar o dinheiro junto às empresas”, explicou Martinhão.
O secretário afirmou ainda que o governo federal vai lançar um plano de investimento em conectividade nos próximos dias. A ideia, segundo Martinhão, é aplicar até R$ 8 bilhões em recursos para universalizar o acesso à internet nas cerca de 140 mil escolas públicas do País e 23 mil unidades básicas de saúde. No caso específico das escolas, o representante do Ministério das Comunicações disse também que será estabelecida uma meta de qualidade de conexão de 1 Mbps (megabyte por segundo) por aluno.
Nesse sentido, Martinhão destacou ainda o potencial de Fortaleza para a expansão da conectividade no Brasil, considerando que a capital é a cidade com o maior número de conexões de fibra óptica do continente americano e a segunda maior do mundo, abaixo apenas de Shima, no Japão. No total, são 17 cabos submarinos ligando o território fortalezense à Europa, África e Estados Unidos.
Esse número pode subir para 20, caso avancem estudos de ampliação que estão sendo tocados conjuntamente pelos governos estadual e federal e por representantes das 7 empresas que já operam na cidade, inclusive com data centers instalados.
O gerente regional da Anatel, Gilberto Studart, destacou que essas empresas “pediram fosse reservado um espaço para possíveis entradas de novos cabos porque a capacidade da demanda já comporta a elevação da conectividade que existe hoje”.
Por sua vez, o secretário do Desenvolvimento Econômico do Ceará, Salmito Filho, destacou o papel do programa Cinturão Digital para a expansão da conectividade no Estado.
“O Ceará é o estado mais conectado do Brasil, quando considerada a média de acesso via fibra óptica, com 69% e com a terceira melhor velocidade de conexão”, explicou Salmito.