O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT) vai assinar e enviar, nesta segunda-feira, 7, mensagem de lei à Assembleia Legislativa para criação do Comitê de Governança para o Hidrogênio Verde (H2V).
A proposta será realizada em audiência com a Fortescue, primeira empresa a apresentar o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) para o governo do Estado com a intenção de obter licenciamento para produzir hidrogênio verde no Ceará. Participarão do evento os ex-governadores Cid Gomes (PDT), Camilo Santana e Izolda Cela (ambos do PT).
A multinacional australiana projeta implantar sua planta industrial em três fases. A área para implantação do empreendimento mede 100 hectares e o investimento previsto será de R$ 20 bilhões, visando produzir 837 toneladas de hidrogênio verde por dia. Somente na fase de construção, a Fortescue espera empregar mais de 5 mil pessoas.
Além da audiência desta segunda-feira, 7, com o governo cearense, a empresa deve se reunir em setembro com o Conselho Estadual de Meio Ambiente (Coema).
O processo de negociações entre a Fortescue e o Estado teve como marco inicial a assinatura de um Memorando de Entendimentos (MoU), no dia 7 de julho de 2021.
Atualmente, há outros 30 memorandos assinados entre o Ceará e empresas nacionais e estrangeiras para produzir hidrogênio verde.
A expectativa é que uma vez concretizados esses investimentos, seja criado um hub do produto que promete alavancar a reindustrialização do Brasil, por se tratar de uma fonte de energia limpa com grande potencial de exportação para o mercado europeu, notadamente após a invasão da Ucrânia pela Rússia, principal fornecedor de gás para aquele continente.
Contudo, há um temor de que a demora na regulamentação nacional desse mercado seja aproveitada por outros países que também estão investindo em produzir hidrogênio verde, tais como os Estados Unidos.
Nesse sentido, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), afirmou no último dia 4, que deve priorizar no segundo semestre pautas relacionadas à cadeia do H2V.
A estimativa é que caso os investidores estrangeiros migrem para outros países, haja perdas de R$ 100 bilhões no Brasil, sendo mais de R$ 20 bilhões no Ceará.