O segmento de alimentação fora do lar teve expansão de 2,95% no número de postos de trabalho criados no primeiro semestre de 2023, na comparação com período equivalente do ano passado.
No total, foram gerados 157 mil novos postos de trabalho nos seis primeiros meses do ano, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua).
Ainda assim, a demanda por profissionais da área segue alta, com cerca de 5 mil vagas em aberto, de acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) no Ceará.
Para o presidente da Abrasel no Ceará, Taiene Righetto, “está faltando mão de obra não só para quem está buscando expandir seus negócios, mas também para quem está buscando manter o básico. A gente percebe também que depois da pandemia muitos profissionais que tinham perdido o emprego migraram para outros setores ou decidiram empreender”.
Nesse sentido, Righetto destaca que historicamente boa parte dos empreendedores começa a trajetória trabalhando em bares ou restaurantes como garçons ou como cozinheiros e que esse movimento se acelerou no período pós-pandêmico em uma velocidade maior que o da formação de novos profissionais para exercer essas funções.
“Isso não acontece da mesma forma em outros setores. É difícil você ver o pedreiro virar o dono da construtora ou vendedor de sapato virar dono da sapataria, mas no nosso setor isso já ocorria e passou a ocorrer muito mais. Então, muitos foram empreender e a gente viu diminuir bastante a nossa oferta de mão de obra”, pontuou.
O presidente da Abrasel no Ceará também citou entre outros motivos para a dificuldade em contratar, o fato de que muitos profissionais do setor passaram a trabalhar por aplicativos de entrega, bem como um descompasso entre o processo de formação de trabalhadores do segmento e as necessidades do mercado, que segundo Righetto tem média salarial de R$ 1.900 a R$ 2.000.
Seguindo raciocínio similar, o CEO do Azilados, Pedro Leite, afirma que a" demanda para contratação no nosso setor cresceu muito nesse processo de retomada da economia. No entanto, apesar de gerarmos muitos empregos, temos encontrado dificuldades nesse processo de contratação, inclusive pela falta de mão de obra. Aqui gostamos muito de abrir portas para pessoas que gostam de aprender, muitas delas até mesmo que estão em busca do primeiro emprego".
Apesar das dificuldades com contratação de mão de obra, o segmento está confiante quanto ao aumento no faturamento durante as comemorações pelo Dia dos Pais. Conforme pesquisa da Abrasel, cerca de 85% dos empresários no Ceará projetam ter resultados melhores que os registrados na data comemorativa no ano passado.
O otimismo em bares e restaurantes cearenses é superior à média nacional. Em todo o País, cerca de 81% do empresariado do setor espera faturar mais este ano, na comparação com 2022.
Em linhas gerais, o presidente nacional da Abrasel, Paulo Solmucci, observa que “do ponto de vista do faturamento, o Dia dos Pais não costuma ter a mesma potência do Dia dos Namorados e do Dia das Mães, mas ainda assim devemos ter um aumento do movimento, o que é ótimo”.
Balanço
Em junho deste ano, 46% desse tipo de negócio teve lucro no Ceará, enquanto 23% teve prejuízo, conforme dados da Abrasel