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Demora em regulamentação do hidrogênio verde preocupa
Economia

Demora em regulamentação do hidrogênio verde preocupa

|RISCOS| CE e Brasil podem perder investimentos estrangeiros
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Roseane Medeiros, secretária de Relações Internacionais do Ceará (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA Roseane Medeiros, secretária de Relações Internacionais do Ceará

Tido como um dos estados com maior potencial para o desenvolvimento da cadeia produtiva do hidrogênio verde (H2V), o Ceará teme perder investimentos para o Exterior com a demora na regulamentação desse mercado no Brasil.

O incômodo foi manifestado por representantes do governo estadual, da indústria e da Alemanha (país que tem investido pesado na transição energética) presentes no evento intitulado “Conexão Brasil-Alemanha: Financiamento em Hidrogênio Verde”, realizado ontem em Fortaleza para tratar do cenário atual do mercado de H2V e das principais fontes de financiamento nacionais e internacionais disponíveis.

De acordo com a secretária de Relações Internacionais do Ceará, Roseane Medeiros, “outros países estão andando mais rápido em relação a regulamentação, principalmente os Estados Unidos, que está dando um incentivo muito grande e algumas empresas que têm projetos aqui no Ceará também têm projeto em outros países. Se nós demorarmos muito com a nossa regulamentação, que é importante, inclusive, para o financiamento, eles vão deslocar os projetos para outros países. Isso é o que eles têm dito e nos colocado”.

A secretária afirma que não há necessidade de regulamentar o mercado de geração eólica offshore (com torres instaladas no mar) antes porque as fontes onshore (em terra) e solares-fotovoltaicas já são capazes de suprir as demandas energéticas para a produção de H2V. “Na realidade, existe muito potencial de energia renovável no Estado, principalmente solar. Então, com essas fontes já haveria energia suficiente para dar início à produção do hidrogênio verde”, frisou Roseane.

Por sua vez, o consultor de energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Jurandir Picanço, afirmou que os prazos para regulamentação de ambos os mercados não estariam “adequados” e são motivo de preocupação do setor. “O Brasil já deveria ter uma regulamentação, haja vista que o País tem sido considerado a melhor oportunidade para o mercado de hidrogênio verde mundial e a maior parte dos países concorrentes já têm os seus planos”, alertou.

Nesse sentido, o diretor de transição energética e sustentabilidade da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha do Rio de Janeiro (AHK Rio), Ansgar Pinkowski, admitiu que, do ponto de vista dos potenciais investidores alemães, “há uma preocupação porque o governo alemão já tem uma regulamentação, ele sabe qual tipo de hidrogênio quer receber”.

Pinkowski acrescenta que os investidores alemães precisam “ter a certeza que o hidrogênio produzido atende a essas regulamentações próprias da Alemanha. Então, uma regulamentação do Brasil traz para eles uma segurança maior nessa relação binacional”.

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