Do ponto de vista da gestão pública, para além de um modelo de escolha de candidatos unificado, o Governo Federal precisa avançar em outras discussões importantes. Essa é a avaliação de Alketa Peci, vice-presidente do Comitê de Especialistas em Administração Pública da Organização das Nações Unidas (ONU), professora da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ebape).
A especialista em Administração Pública e Governamental, avalia a iniciativa do governo como "uma inovação muito importante", mas precisa ser precedida por uma agenda diversa de ações. "Eu acho que essa mudança no concurso público muito interessante para o governo, mas definitivamente não pode ser a única medida".
"São necessários estudos para dimensionamento da força de trabalho, com previsão de prazos claros. É preciso olhar a necessidade de hoje, amanhã e no futuro. Também em relação às carreiras, de reduzir o número de cargos que coexistem, além de reduzir o corporativismo das carreiras", pontua.
Questionada sobre a necessidade de uma reforma administrativa mais ampla, Alketa ressalta que no Congresso Nacional já há discussão neste sentido e que muitas mudanças importantes poderiam ser realizadas de forma infralegal, dentro do próprio Executivo.