O número de beneficiários com acesso à rede particular de assistência médica e odontológica está crescendo no Ceará. Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostram que, em julho, 1,34 milhão de pessoas possuem plano de saúde no Estado.
Somados aos 1,2 milhão que possuem benefício exclusivamente odontológico, chega-se aos 2,55 milhões na rede privada. Esse número é 5,02% maior em relação ao mesmo período do ano passado.
Esse público, no entanto, representa apenas 29,67% da população cearense quando os dados são cruzados com o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Se o recorte for apenas dos dados dos planos de assistência médica, a taxa de cobertura no Ceará é de 15,65%, com pouco mais de 5,8 mil planos ativos. Esse é o melhor patamar em pelo menos dois anos.
O ranking nacional de cobertura em planos de saúde no Brasil coloca o Ceará apenas como o 14º maior mercado, de acordo com os dados de julho, conforme a ANS.
No comparativo entre julho de 2022 e julho de 2023, o que mais fez a diferença para o crescimento da quantidade de beneficiários foram os planos odontológicos. Segundo a ANS, houve avanço de 9,72%, enquanto nos planos de assistência médica a variação foi pequena, de 1,2%.
Na comparação com os resultados nacionais, a evolução da quantidade de beneficiários totais no Ceará foi superior ao observado na média nacional, de 1,89%, quando o País chegou a 50,7 milhões de brasileiros com cobertura de saúde suplementar.
Nos planos médico-hospitalares, houve a entrada de 942.995 beneficiários de um ano para cá. Já no comparativo de julho com junho de 2023, o crescimento foi de 99.456 usuários. Em julho passado, em 23 estados os planos de assistência médica ampliaram a quantidade de segurados, enquanto no odontológico todos as unidades da federação observaram avanço.
Em números absolutos de beneficiários, o Ceará é apenas o terceiro em quantidade no Nordeste, atrás de Bahia e Pernambuco. No que se refere à taxa de cobertura conforme o tamanho da população, o Estado tem a segunda melhor marca, atrás apenas do Rio Grande do Norte, onde 35,16% da população tem cobertura dos planos.
Ainda conforme os dados divulgados pela ANS, atualmente existem 447 operadoras ativas com beneficiários no Ceará e 8.598 planos ativos. As receitas de contraprestações no segundo trimestre de 2023 chegaram a R$ 134,9 bilhões no Estado e a taxa de sinistralidade ficou em 86,4%, o que representa uma queda em relação ao percentual de 87,2% do mesmo período do ano passado.
Dos beneficiários, a maior parte (1,81 milhão) utiliza algum plano coletivo, com destaque para o coletivo de empresas (1,61 milhão), e outros 191 mil têm direito ao plano por adesão. A contratação individual ou familiar tem pouco mais de 742 mil adeptos no Estado.
Apesar do crescimento constante na quantidade de beneficiários, o cenário da saúde suplementar é desafiador, indica Alessandro Acayaba de Toledo, presidente da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (ANAB).
Ele lembra que as operadoras de planos de saúde tiveram prejuízo de R$ 10,7 bilhões em 2022, segundo relatório da ANS, no que foi o pior resultado para o setor em 20 anos. Já entre 2021 e 2022, as receitas dos planos de saúde cresceram 5,6%, enquanto as despesas aumentaram 11,1%.
“Uma conta que não fecha e sinaliza para um cenário de altos índices de reajustes. Há um claro sinal de instabilidade do setor gerado pelo resultado financeiro das operadoras e pelo rol exemplificativo, sendo que, este último, deve acarretar num aumento ainda maior do preço para novos planos de saúde e no desequilíbrio econômico-financeiro dos contratos vigentes”, avalia. (Colaborou Lennon Costa)
O RETRATO DOS PLANOS DE SAÚDE NO CEARÁ
Quantidade total de beneficiários: 2.553.621
Variação mensal (jun/jul): 0,45%
Taxa de cobertura geral: 29,67%
Planos ativos: 8.598
Só Assistência Médica
Quantidade de beneficiários: 1.346.957
Variação no mês (jun/jul): 0,38%
Taxa de cobertura: 15,65%
Planos ativos: 5.816
Estados
O setor registrou evolução de beneficiários em 23 unidades federativas, sendo São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro os estados que tiveram o maior ganho em números absolutos