O Ceará tem um veículo a cada 6,69 habitantes, ficando acima do dado do País (3,32). Considerando apenas os municípios, Fortaleza é uma das cidades com maior número absoluto de veículos (622.983). Veja cidades cearenses com mais impactos no fim da matéria
Enquanto o Estado fica em nono do Brasil na comparação com outra unidades da federação na análise da proporção, a capital cearense repete essa mesma colocação no quesito quantidade.
E se for avaliado o montante de motos, o Ceará fica em 23º do País, com um veículo do tipo para 4,81 habitantes. No Estado, são 1.314.125 de automóveis e 1.826.958 motocicletas para 8.791.688 habitantes. Além disso, são 402.531 caminhões.
No País, São Paulo possui a maior frota de automóveis, com 19,86 milhões de unidades, correspondendo a 32,47% do total. Em segundo vem Minas Gerais, com 11,56%, seguido do Paraná, com 8,10%.
Ao todo, são 61,2 milhões de carros registrados no País. O aumento da frota chega a 14% ante o último estudo publicado, em 2018.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 22 de setembro, no Dia Mundial sem Carro, por meio do estudo técnico "Análise do impacto da frota de veículos nos Municípios brasileiros", da Confederação Nacional de Municípios (CNM).
O levantamento visa avaliar o crescimento da frota de veículos e as concentrações nas regiões brasileiras, com base nos dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), coletados até julho de 2023.
O estudo ainda mostra que a grande quantidade de veículos nos municípios não somente agrava problemas de congestionamentos, que elevam o tempo de viagens e geram impactos econômicos, assim como contribuem para aumento da sinistralidade, forte impacto na infraestrutura viária, problemas de saúde, poluição sonora e ambiental.
Além disso, o estudo frisa que as perdas econômicas por problemas de mobilidade urbana estão estimadas em aproximadamente R$ 247,2 bilhões no País. "É um valor significativo, que poderia resolver diversos problemas de deslocamento e circulação", sublinha a área técnica da CNM.
No geral, os dados mostram que a preferência é por uso de carro particular em 52% da população no Brasil, seguida da preferência por moto, com 28%, enquanto o ônibus representa apenas 1% da frota.
Apesar deste pequeno percentual, o ônibus tem uma participação na distribuição de viagens (quantidade de passageiros transportados no sistema/dia) em torno de 24% a 26%, um pouco menos do automóvel (28%). Já moto é de 4%.
Isso mostra que as frotas de automóvel e moto exercem forte impacto no ambiente urbano e possuem pouca capacidade de transportar pessoas.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) (2023), os chamados sinistros de trânsito geram um custo anual de R$ 50 bilhões para o País.
Além disso, afetam a qualidade de vida das pessoas e impactam a mobilidade urbana, com congestionamentos, poluição e atrasos. Segundo o estudo, favorecem ainda o crescimento da desigualdade social.
Para se ter ideia, de acordo com a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), entre 2018 e 2023, o Brasil registrou cerca de 1.048.575 de sinistros de trânsito.
Somente no Ceará, os acidentes impactam em 269,28 internações a cada 100 mil habitantes. Na comparação entre municípios, Jaguaretama é a quinta cidade brasileira com maior quantidade de internação a cada mil habitantes, registrando média de 14,62 na análise da proporção de 252 internações para a população de 17.232 pessoas.
Em nono do País nesta base de comparação vem Russas (a 171,1 km de Fortaleza) com 13,22 internações a cada mil habitantes, considerando 964 registros para 72.928 habitantes.
Sinistros
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) (2023), os chamados sinistros de trânsito geram um custo anual de R$ 50 bilhões para o País