Além do generalismo apontado pelo executivo da AES Brasil, o Plano de Trabalho Trienal do Programa Nacional de Hidrogênio (PNH2) aponta pontos negativos de se usar o hidrogênio verde (H2V), produzido a partir de energias renováveis. Na primeira menção, cita consideração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), na qual a instituição diz que "para que o uso do hidrogênio verde se faça viável, ainda é necessária uma forte redução de custo de produção desse insumo, acoplada a uma política que onere a emissão de gases de efeito estufa".
"Atenção especial deve ser dada ao hidrogênio produzido a partir da eletrólise da água com base em renováveis (conhecido como hidrogênio verde), que até a presente data ainda não se mostra competitivo em relação às demais tecnologias de produção de hidrogênio. Além disso, a eletricidade produzida a partir de fontes renováveis representa de 30% a 60% do custo total para a sua produção. Portanto, a produção de hidrogênio verde é altamente dependente do custo das fontes de eletricidade disponíveis", afirma o texto, desconsiderando a ampliação de usinas eólicas na matriz energética - responsáveis, inclusive, por gerar excedentes para abastecer o Sudeste.
O documento diz que, "ainda que o Brasil hoje tenha custos competitivos para a geração de eletricidade a partir de fontes renováveis", pode ser necessário o desenvolvimento de outras tecnologias para ampliar a capacidade instalada, e cita eólica offshore.
"Nesse sentido, a construção de arcabouço regulatório eficaz, a manutenção de ambiente regulatório estável e o estabelecimento de condições de mercado que garantam a competitividade dessas tecnologias são fatores que contribuirão para o pleno alcance dessa ambição", aponta o relatório, repetindo o dito pelos estados do Nordeste e os investidores na Região nos últimos dois anos.