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Alckmin é pressionado a solucionar entraves de interesse do Ceará
Economia

Alckmin é pressionado a solucionar entraves de interesse do Ceará

| Lista de tarefas | Bem-humorado, o vice-presidente e ministro recebeu as demandas do setor produtivo e do governo cearense, e destacou os pontos fortes do Estado em vários segmentos
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MINISTRO cumpriu agenda no Palácio da Abolição, no Pecém e na Casa da Indústria (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS MINISTRO cumpriu agenda no Palácio da Abolição, no Pecém e na Casa da Indústria

O vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin admitiu, em entrevista exclusiva ao O POVO, sair do Ceará com uma lista de tarefas importantes, após cumprir uma intensa agenda no Palácio da Abolição, no Complexo do Pecém e na Casa da Indústria. Ele foi pressionado pelo governador Elmano de Freitas (PT) e por Ricardo Cavalcante, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), que enumeraram as principais demandas do Estado e do setor produtivo para com o governo federal.

A principal delas é a regulamentação do hidrogênio. Este foi o principal pedido, uma vez que o combustível é encarado como a aposta para impulsionar a economia cearense. Em discurso, Elmano destacou o temor que há no Ceará de que mais de R$ 20 bilhões em investimentos possam ser transferidos caso a regulamentação demore. Para evitar tal movimento, cobrou a regulamentação e mais tarefas da União neste setor.

“Nós temos muitos investidores que querem investir aqui no Ceará, mas nós precisamos resolver linha de transmissão, prorrogação de benefícios tributários que são incompatíveis entre quem está fazendo investimento de produção e a linha de transmissão que não existe. Nós temos pedido, como governadores do Nordeste, que o governo possa prorrogar esses benefícios que estão postos na lei. Mas infelizmente ainda não conseguimos e, se isso não acontecer, os investimentos podem sair do Ceará e ir para outros estados, como já ocorreu”, disparou, acrescentando que não pode cobrar do investidor por essa falta de estrutura e sendo aplaudido na Fiec.

Elmano lembrou que, neste caso, há R$ 10 bilhões previstos em investimentos na Serra da Ibiapaba, enquanto que para eólica offshore há projetos de 6 gigawatts de energia planejados apenas pela Petrobras.

Ricardo Cavalcante apontou a urgência para o marco regulatório de hidrogênio, assim como o das eólicas offshore, e observou: “Apesar de todos os avanços até aqui alcançados. Há gargalos urgentes que precisam ser superados em vários setores. As nossas empresas enfrentam uma verdadeira saga para continuar gerando emprego e promovendo desenvolvimento”.

O presidente da Fiec, então, apontou a concorrência desleal com os chineses para as indústrias têxtil e de confecções; a alta carga tributária e a necessidade de resgatar a renegociação dos fundos constitucionais, lembrando os mais 500 mil que aguardam o refis, como O POVO noticiou na edição de ontem.

"Como falado aqui, precisamos sim de apoio, parceria, incentivo, de um olhar atento às nossas importantes demandas", concluiu, após apontar a necessidade de um tratamento diferenciado para a Região, dadas as desigualdades e potencialidades que nela existem.

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"A oportunidade do Ceará é fantástica. Conte conosco. A lição de casa tá anotada aqui", afirmou à tarde, na Casa da Indústria, ao destacar o potencial do Complexo do Pecém. Na agenda no Palácio da Abolição, pela manhã, Alckmin disse apenas que espera o apoio dos congressistas e jogou a responsabilidade para os deputados. Questionado pelo O POVO, o vice-presidente detalha que o marco regulatório sairá "rapidamente".

"Acho que está indo bem. Para o marco regulatório é preciso ter lei definindo regulamentação, certificação e incentivo”. E sobre o desenvolvimento dessa nova cadeia industrial no setor de energia, destaca: “Sempre que há uma nova rota de energia ela começa mais cara, como quando começou a solar e eólica, que hoje é a mais barata energia do País. É um diferencial importante para o Nordeste”.

Uma resposta mais direta às demandas apresentadas veio do ex-governador e atual ministro da Educação, Camilo Santana, que afirmou no discurso: "No que depender do governo federal, da Câmara e do Congresso nos parlamentares aqui presentes, nós vamos transformar sim o nordeste brasileiro e o Ceará no grande hub de hidrogênio verde".

AO governador ainda externou conversa em que o presidente Lula falou em exportar hidrogênio e "ir além", de mudar o padrão econômico do Ceará, e finalmente chegar aos 4% de contribuição do Estado no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

"Nós queremos algo mais ousado para todos nós que, de fato, representará uma mudança do padrão econômico do Ceará. Nós temos 4% da população e algo em torno de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Nós sonhamos em igualar esses 4% e acreditamos que isso é possível com a mudança da nossa matriz industrial", complementa.

Alckmin fez uma avaliação positiva sobre uma política de incentivos para o setor de energias renováveis e tranquilizou empresários, já que, mesmo com a reforma tributária sendo aprovada, nenhum acordo firmado para investimentos deve ser afetado.

"Em relação aos incentivos, a reforma tributária não vai tirar os incentivos, mas vai simplificar o modelo tributário, passando de cinco impostos sobre consumo para um imposto de valor agregado (IVA) dual", disse.

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