A cearense Aeris Energy elabora programa para engenheiros recém-formados no Ceará se especializarem em projetos e fabricação de pás eólicas. O objeto é inclusive o coração do negócio da companhia instalada em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Em primeira mão ao O POVO, um dos fundadores e hoje diretor de Recursos Humanos da empresa, Cássio Penna, diz que já está em “conversas bem adiantadas” com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), para que a entidade seja a coordenadora dessa iniciativa.
“Mas vamos envolver também UFC (Universidade Federal do Ceará), que a gente está conversando, Unifor (Universidade de Fortaleza) e IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) de São Paulo”, diz.
Para isso, Cássio frisa que a Embraer se disponibilizou a ajudar a Aeris a desenvolver o programa. Isso porque ele mesmo, o diretor de RH da empresa, é filho da empresa brasileira, umas das maiores fabricantes do mundo de aeronaves.
Não somente ele, mas os quatro fundadores da Aeris vieram da Embraer e participaram de programa da companhia, em parceria com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), para captar engenheiros recém-formados, transmitir conhecimento aeronáutico a eles e capacitá-los para trabalhar lá.
Essas colaborações costumam vir de segmentos que trabalham com processos muito específicos, como é o caso da Aeris Energy, fabricante de pás eólicas. Neste caso, inclusive, a fabricação é ainda muito artesanal.
Além disso, a empresa costuma receber projetos de diferentes especificações de cada um de seus clientes, cujo portfólio abrange pedidos de encomendas, por exemplo, da dinamarquesa Vestas, que tem fábrica no Ceará, bem como da alemã Nordex, entre outros.
A ideia é desenvolver localmente esses engenheiros, o que, segundo Cássio, já vem acontecendo.
Isso porque as fábricas da Aeris Energy compõem a sede administrativa e mais duas plantas no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no município de Caucaia, em que, conforme o diretor de RH, 90% dos mais de 6 mil funcionários são contratados do entorno.
Por meio da divisão Aeris Service, a empresa ainda presta serviços de manutenção e reparo para todos os modelos de pás e torres eólicas no Brasil e nos Estados Unidos. Essa formação de reparador, inclusive, é feita em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
“Até então contratávamos as pessoas do mercado que tinham conhecimento e fomos formando aqui no dia a dia essas pessoas. Mas é um sonho que eu tenho que a gente consiga formar e pegar engenheiros no mesmo formato da Embraer”, pontua Cássio, destacando que a ideia é começar o projeto até o fim do primeiro semestre de 2024.
A Aeris Energy é empresa cearense líder na fabricação de pás para aerogeradores na América Latina, e uma das maiores produtoras no mercado mundial.
Fundada em 2010, a empresa foi idealizada por um grupo de engenheiros oriundos do setor de aeronáutica.
A companhia possui atualmente mais de 6 mil colaboradores, que atuam na sede administrativa e em duas plantas localizadas no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no município de Caucaia/CE.
Atua sob o conceito Built-to-spec - produção voltada a atender as necessidades técnicas específicas de seus clientes, desenvolvendo artesanalmente os processos de produção.
Por meio da divisão Aeris Service, a empresa também presta serviços de manutenção e reparo para todos os modelos de pás e torres eólicas no Brasil e nos Estados Unidos.
Dos seus resultados financeiros mais recentes, referentes ao segundo trimestre de 2023 (2T23), a empresa registrou R 91,3 milhões de Ebitda ajustado, com um crescimento de 36% em relação a igual período do ano passado.
Já a margem Ebitda foi de 10,7%. No primeiro semestre de 2023 (1S23), o Ebitda ajustado atingiu R 186,2 milhões, com margem de 11%.
A receita operacional líquida (ROL) foi de R 854,6 milhões, um aumento de 2,8% quando comparado ao 1T23.
No primeiro semestre de 2023, a ROL foi de R 1.686,2 milhões, um salto de 41,9% ante o ano anterior.
O Retorno sobre o Capital Investido (ROIC) foi de 13,7% no 2T23, aumento de 3,1 pontos percentuais.
No período, as linhas maduras representaram 97% do capital investido e um Lucro Operacional após os Impostos (NOPAT) de R 51,7 milhões.
A Companhia também investiu R 32,1 milhões para aquisição de máquinas e equipamentos para aumento da capacidade produtiva nas estações de acabamento de pás.
Projetos da Aeris Energy com os funcionários