O Ceará teve a oitava maior expansão em capacidade instalada de energia no País entre janeiro e setembro de 2023 com incremento de 101,5 MW.
No total, o Estado tem, atualmente, 5,4 GW de potência outorgada, mas esse número deve crescer 17%, com o acréscimo de 930,6 MW dos projetos em fase de construção.
Se forem considerados, também os projetos com construção não iniciada, esse aumento chegará a 371,5%, ou seja, quase cinco vezes superior à potência outorgada atualmente, totalizando os 26,6GW.
Entre os projetos já em operação, a prevalência é das usinas eólicas, que respondem por 47,2% da potência outorgada no Estado, ou cerca de 2,5GW. Na sequência, aparecem as termelétricas, com 37,9% (2GW) e a solar fotovoltaica com 14,9% (810,5 MW). Os dados são da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Essas proporções também devem ser alteradas a partir do término das obras em construção. Há apenas um projeto previsto (com capacidade outorgada de 1,5 GW) de usina termelétrica e que ainda não foi iniciada. Já em relação a projetos de energia eólica há 72 previstos, dos quais apenas três já começaram a ser construídos. Entre previstos e iniciados, esses novos parques somam 2,8 GW em potência outorgada.
Mas quando se trata de energia solar fotovoltaica, as previsões são bem maiores. Há nada menos que 419 projetos previstos, 23 dos quais já em fase de obras. A potência outorgada de tais projetos é de 16,7 GW. Em se materializando todos os projetos de energia previstos para o Estado, a matriz energética predominante seria a solar, que chegaria aos 65,9%. A participação das fontes eólica e termelétrica seriam reduzidas para 20,5% e 13,6% do total, respectivamente.
Conforme o secretário executivo de Energia e Telecomunicações da Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra-CE), Adão Linhares, a expansão verificada em 2023 e o potencial de crescimento energético do Estado não surpreendem. “Era esperado esse crescimento da utilização de energia renovável, principalmente da solar, que tem todas as melhores condições , digamos assim, de implantação. O potencial é conhecido. Todos os investidores sabem do potencial do Nordeste, com destaque para o Ceará, que tem o chamado cinturão solar”, exalta.
Ele acrescenta que, além dos projetos previstos, deve ocorrer uma melhoria no sistema de transmissão nacional, que tende a favorecer o Estado, por meio de dois leilões previstos para ocorrer ainda em 2023. “Eles são bastante promissores com relação ao Nordeste, mas especialmente ao Ceará. Nós vamos ter aí linhas de transmissões novas, expansões e subestações que vão aumentar mais a capacidade de se instalar usinas eólicas e solares, principalmente no Interior, nessas áreas que estão em processo de degradação, onde há um grande potencial de sol, de radiação”, observa.
Considerando o panorama nacional, a ampliação de capacidade instalada do País superou os 7,1 GW, com a liderança dos estados de Minas Gerais (1.875,7 MW), Rio Grande do Norte (1.778,5 MW) e Bahia (1.775,3 MW).
Ao todo, foram 208 usinas inauguradas neste ano no Brasil, com as plantas eólicas e solares somando 89,2% da capacidade instalada no ano, ou cerca de 6,3 GW.
Recorte
Ao todo, foram 208 usinas inauguradas neste ano no Brasil, com as plantas eólicas e solares somando 89,2% da capacidade instalada no ano, ou cerca de 6,3 GW.
Estados com maior expansão
1º Minas Gerais: 1.815,7
2º Rio Grande do Norte: 1.778,5
3º Bahia: 1.775,3
4º Piauí: 460,9
5º Pernambuco: 325,5
6º Paraíba: 226,5
7º Rio de Janeiro: 153,9
8º Ceará 101,5
9º São Paulo: 98,7
10º Santa Catarina: 78,8
11º Acre: 69,5
12º Paraná: 50,4
13º Mato Grosso: 48,7
14º Amazonas: 44,4
15º Alagoas: 40
16º Goiás: 35,7
17º Roraima: 20,5
18º Rio Grande do Sul: 11,8
Total Brasil: 7.136,5
*9 estados não tiveram expansão de capacidade instalada entre janeiro e setembro de 2023
Fonte: Aneel