Logo O POVO+
Senado aprova prorrogação da desoneração da folha de pagamento
Economia

Senado aprova prorrogação da desoneração da folha de pagamento

|Até 2027| Projeto beneficia 17 setores econômicos intensivos de mão de obra, além de municípios com menos de 143 mil habitantes. Texto segue para sanção presidencial
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Brasília (DF) 03/10/2023  Senador, Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso Nacional durante sessão solene  para a promulgação de duas novas emendas à Constituição. Foto Lula Marques/ Agência Brasil (Foto: Lula Marques/ Agência Brasil)
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil Brasília (DF) 03/10/2023 Senador, Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso Nacional durante sessão solene para a promulgação de duas novas emendas à Constituição. Foto Lula Marques/ Agência Brasil

O Senado aprovou ontem, em votação simbólica, o projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia para 31 de dezembro de 2027. O texto também estende o benefício para prefeituras de municípios com menos de 143 mil habitantes. 

O atual modelo perderia validade em dezembro deste ano. O projeto de lei foi aprovado na Câmara dos Deputados no dia 30 de agosto deste ano e na última terça-feira, dia 24, passou pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Com a aprovação em plenário, a proposta segue agora para sanção presidencial. 

Na prática, com a desoneração, empresas de 17 setores econômicos intensivos de mão de obra seguem substituindo a contribuição previdenciária de 20% ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) por uma tributação variando de 1% a 4,5% sobre a receita bruta.

Essa política beneficia principalmente o setor de serviços, que tem faturamento baixo em relação a outros setores da economia, como alguns tipos de indústria, e empregam intensivamente.

Veja os setores beneficiados

A medida contempla os seguintes setores: confecção e vestuário; calçados; construção civil; call center; comunicação; empresas de construção e obras de infraestrutura; couro; fabricação de veículos e carroçarias; máquinas e equipamentos; proteína animal; têxtil; tecnologia da informação (TI); tecnologia de comunicação (TIC); projeto de circuitos integrados; transporte metroferroviário de passageiros; transporte rodoviário coletivo; e transporte rodoviário de cargas.

A proposta também reduziu, de 20% para 8% da folha de pagamento, a alíquota da contribuição para a Previdência Social de pequenos municípios. O benefício valerá para cidades de até 142.633 habitantes que não recebem cota-reserva do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Diferentemente das médias e das grandes cidades, que têm regimes próprios de Previdência para os servidores públicos locais, as pequenas prefeituras contribuem para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Negociações

Na semana passada, o relator do projeto, senador Angelo Coronel (PSD-BA), rejeitou todas as mudanças feitas pela Câmara dos Deputados em agosto. O parlamentar, no entanto, permitiu a votação de um destaque em Plenário após acordo costurado com o senador Efraim Filho (União Brasil-PB) para evitar o adiamento da votação na CAE.

Pelo acordo, a CAE aprovou a versão original do relatório de Angelo Coronel para levar ao plenário do Senado um destaque do senador Ciro Nogueira (PP-PI) para manter uma alteração da Câmara e reduzir, de 2% para 1% da receita bruta, a alíquota para as empresas de transportes rodoviários coletivos.

A desoneração representa uma derrota para a equipe econômica. Por diversas vezes, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que o tema fosse discutido apenas na segunda fase da reforma tributária, que prevê a reformulação do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Em junho, o ministro chegou a dizer que o projeto é inconstitucional, sem entrar em detalhes. (Com Agência Brasil) 

Tenha acesso a mais conteúdo no Dei Valor!

Mais notícias de Economia

Conheça o projeto de lei

O que é o projeto?

O projeto prevê substituição de tributo ou redução no pagamento de 20% para o INSS relativo aos funcionários com carteira assinada, até 2027.

Como será a desoneração?

No caso das empresas beneficiadas, em vez de pagarem 20% ao INSS sobre a folha, há a opção pelo pagamento das contribuições sociais sobre a receita bruta com alíquotas de 1% a 4,5%.

No caso dos municípios, a alíquota será reduzida de 20% para um percentual entre 8% e 18%, a depender do PIB municipal.

Quem será desonerado?

Municípios:
Prefeituras que não recebem cota reserva do FPM e que administram territórios com população até 142.633 habitantes.

Empresas dos seguintes setores:

Calçados

Call center

Comunicação

Confecção

Vestuário

Construção civil

Empresas de construção e obras de infraestrutura

Couro

Fabricação de veículos e carrocerias

Máquinas e equipamentos

Proteína animal

Têxtil

Tecnologia da Informação

Tecnologia de Comunicação

Projeto de circuitos integrados

Transporte metroferroviário de passageiros

Transporte rodoviário coletivo e de cargas

Fonte: Senado Federal

Histórico

A desoneração da folha de pagamentos foi criada pela então presidente Dilma Rousseff em 2011. O Congresso ampliou o escopo de setores desonerados e passou a prorrogar o benefício

O que você achou desse conteúdo?