O Complexo do Pecém (CIPP S/A) e a Cactus Energia Verde, empresa brasileira desenvolvedora de energias renováveis, assinaram, ontem, 25, um pré-contrato para produção de hidrogênio e amônia verde no Complexo Industrial e Portuário do Pecém. O investimento é na ordem de US$ 2 bilhões.
Este já é o quarto pré-contrato assinado para Hub de HidrogênioVerde, visto que a Fortescue, AES Brasil, e Casa dos Ventos firmaram compromisso anteriormente.
Somente durante a sua fase de construção, o projeto da Cactus deve gerar aproximadamente 5 mil empregos de alta qualificação, sendo mantidos mais de 600 cargos operacionais depois de concluído, segundo projeções da empresa.
O documento foi assinado no primeiro dia do Fiec Summit 2023, que será realizado até hoje, 26, no Centro de Eventos do Ceará.
Com previsão de começar suas operações em 2027, o projeto prevê a instalação de uma unidade fabril que abrigará 1,12 GW de eletrólise de H2V após sua conclusão, com capacidade de produzir 190 quilotons de hidrogênio renovável e mais de 1 milhão de toneladas de amônia renovável por ano.
A unidade será instalada no Setor 2 da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará e consiste na Fase I da Cactus no Pecém.
“A Cactus tem uma planta robusta e vem para somar nossos esforços de partirmos na vanguarda do hidrogênio verde no Brasil e transformar a economia não só do Ceará, mas também do País”, destaca o presidente do Complexo do Pecém, Hugo Figueirêdo.
“É muito gratificante dar mais esse passo no âmbito das energias renováveis e da transição energética, pois sabemos que o hidrogênio verde pode mudar a realidade social e econômica do nosso Estado”, complementa Eduardo Neves, presidente da ZPE Ceará.
Segundo Luís Eugênio Pontes, CEO da Cactus Energia Verde, o objetivo da empresa é fornecer o hidrogênio e a amônia mais limpos e econômicos, em atendimento às demandas nacionais e internacionais.
"Estamos orgulhosos em poder participar do Hub de Hidrogênio Verde no Pecém, através da planta eletroquímica Cactus H2/NH3, que reforçará significativamente a produção de energia limpa, impulsionando a transição energética”, afirma o investidor.
*Com informações do repórter Samuel Pimentel
Ceará terá masterplan do hidrogênio verde com MIT e Harvard
O Ceará terá um masterplan do hidrogênio verde em parceria com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Harvard e pesquisadores do Estado. Ao todo, será liberado um recurso de 14 milhões em editais de pesquisa em energias renováveis, com a liderança da Secretaria de Ciência e Tecnologia.
O anúncio foi dado no Fiec Summit 2023 Hidrogênio Verde, evento que acontece até hoje, 26, no Centro de Convenções do Ceará, em Fortaleza. Na ocasião, inclusive, foi assinada a licença prévia do Hub de Hidrogênio Verde no Pécem. Este é o passo seguinte à aprovação dos órgãos ambientais.
Anteriormente, já havia sido aprovada pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente (Coema) e, hoje, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) entrega ao Complexo do Pécem.
Salmito Filho, secretário do Desenvolvimento Econômico do Ceará, afirmou que haverá Recurso de aproximadamente R$ 675 milhões para melhorias estruturais no Complexo do Pecém, incluindo a instalação do berço específico para escoamento do Hidrogênio Verde.
Outro anúncio dado por ele é de que o leilão de março de 2024 terá nova linha de transmissão para a energia limpa produzida no Estado.
A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) também lançou nesta quarta-feira, 25, um edital Sesi Senai no valor de R$ 10 milhões para convidar pesquisadores com trabalhos em inovação industrial em três frentes.
São elas: hidrogênio verde, energias renováveis, saúde e segurança do trabalho, sendo que estes dois últimos irão trabalhar juntos.
Durante o evento, o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, aproveitou para destacar a necessidade das pesquisas locais. "Atração de indústrias globais é importante, mas as pesquisas devem ser feitas aqui."
Segundo o próprio, nos próximos anos, há uma previsão de qualificar mais 80 mil cearenses para atender as demandas das empresas que vão se instalar no Estado. Além disso, afirmou que o Brasil tem um alto potencial e o Porto do Pecém se destaca como a área mais atraente para produção de hidrogênio verde no Brasil.
Com 33 memorandos de investimentos, o Ceará atraiu o interesse de indústria de países de diversos continentes, como Austrália, Estados Unidos, França, Espanha e Itália, exemplificou Ricardo. "Temos uma série de vantagens competitivas únicas."
Outro ponto que destacou foi da liderança política do Ceará, com o senador Cid Gomes, que conduz as discussões no Senado para finalizar a regulamentação do H2V. "Em setembro, a Alece aprovou a instituição da política estadual do hidrogênio verde, medidas essenciais para alavancar essa indústria de H2V", acrescenta Ricardo.
*Com informações do repórter Samuel Pimentel
Congresso
Comissão adia para a próxima semana a votação de parecer sobre produção de hidrogênio no Brasil. O relator, deputado Bacelar (PV-BA), disse durante reunião do colegiado ontem que deverá apresentar uma nova versão do seu parecer