A frente do negócio de impacto periférico de Fortaleza, a Social Brasilis, Manu Oliveira, informa que todo esse conhecimento sobre o empreendedorismo que vem sendo trabalhado nos últimos anos com mais ênfase, acaba não chegando nas pontas, ou seja, nas pessoas que moram nas favelas ou periferias das capitais.

"É algo novo nas periferias, está chegando agora depois de décadas de fala e de luta dos nossos povos para incluir, transformar. Acho essa nova economia é uma economia que está sendo transformada, não só pela tecnologia, mas pelo apelo envolvendo as mudanças climáticas, efeito estufa e as desigualdades sociais, tem chamado as pessoas a pensarem a inovação em um viés de transformação", analisa.

Para ela é necessário unir todos os atores da sociedade para debater as questões e pensar junto qual o caminho a seguir agora, a partir desse cenário que estamos. Para isso, a empreendedora desta o uso da criatividade, comum já para os moradores das favelas, e o uso das estratégias da inovação tradicional para pensar a inovação social.

"Como é que eu incluo as pessoas da base da pirâmide, as populações periféricas, como é que eu resolvo a nossa imensa lacuna social. Pensar ideias e soluções transformadoras que possam gerar valor social, além de um valor financeiro, é um valor financeiro agregado com essa transformação social e isso precisa envolver as nossas periferias e favelas", afirma.

Ela acredita que a inovação vem da favela, pois tem gente que inventa soluções e "pensa gambiarras e pensa estratégias de sobrevivência o tempo todo, utilizando os poucos recursos que tem

"Temos muitas pessoas que dentro de comunidades que conseguem se articular com vizinhos, com lideranças comunitárias para viabilizar coisas aonde o poder público às vezes não chega. Isso aqui para mim é inovação e isso para mim é inovação social, isso é empreendedorismo também", finaliza.