A Refinaria de Petróleo do Pecém (RPP) recebeu licença prévia do Governo do Ceará, por meio da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace).
O documento valida ambientalmente o projeto, estabelecendo exigências técnicas para o desenvolvimento, mas não se trata de autorizar início de obras.
Outros dois projetos já são estudados pela Noxis Energy, responsável pela refinaria. Desta forma, além dos US$ 1,2 bilhão previstos com o empreendimento seriam mais US$ 700 milhões aportados pela empresa no Ceará.
A RPP é um projeto a ser implantado na Zona de Processamento de Exportação (ZPE 2) do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) no município de Caucaia. A área reservada é de 106,6 hectares, próximo ao Terminal Portuário do Pecém.
O valor de aporte se tornaria o terceiro de maior volume se aplicado no Complexo do Pecém, abaixo da siderúrgica (US$ 5,6 bilhões), em operação desde 2016, e acima da térmica Portocem (R$ 4,7 bilhões), em construção.
Outros montantes ultrapassariam este valor se concretizados. Exemplo é o projeto da australiana Fortescue para o Hub de Hidrogênio Verde (H2V) de US$ 5 bilhões.
Para a RPP, a previsão de início da operação é para 2027. A produção é estimada em 100 mil barris/dia de combustíveis marítimos. Deste montante, 80% terão destinação para transporte marítimo e 20% para transporte veicular e gás de cozinha (GLP).
Quanto a esse último produto, a prospecção dos investidores é suprir até 50% da demanda do Estado.
Na fase de construção, estimam-se 3 mil empregos. Já na fase do funcionamento são prospectados 150 empregos diretos, mas altamente qualificados.
A responsável pela RPP, apesar de foco no transporte marítimo, também revela produção do próprio diesel, a gasolina e o GLP.
Além disso, a companha prevê abastecimento de metanol para os navios mais modernos, que já estão sendo construídos hoje para utilizar esse tipo combustível, contribuindo para zerar a emissão de CO² (Carbono) no modal marítimo.
O combustível terá um sistema de captura de CO² para gerar matéria-prima.
Os planos incluem, portanto, uma negociação com uma multinacional para o fornecimento de tecnologia para a instalação de uma planta específica de produção de metanol conectada à refinaria, para a produção do metanol azul e metanol verde ao utilizar o hidrogênio verde que será produzido por outras empresas no Hub de Hidrogênio Verde do Complexo do Pecém.
A Noxis também estuda implantação de uma biorefinaria para a produção de bioquerosene de aviação (SAF).
Nestes dois projetos da planta de metanol e SAF é que o aporte extra é prospectado. Diretor executivo da empresa, Márcio Dutra, em entrevista ao O POVO, detalha que depois de conseguir a licença de instalação a companhia vai dar prosseguimento a estes dois novos projetos.
Como acionistas do empreendimento atuam o Grupo Eitan Aizenberg, de Israel, e a Ariel Participações, composta por investidores brasileiros e estrangeiros com expertise em projetos como este.
Como o tipo de licenciamento no empreendimento é no modelo trifásico, após a autorização da licença prévia ainda faltarão a licença de instalação e a de operação.
Anteriormente, a Noxis Energy ja havia recebido parecer positivo da licença prévia pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente (Coema), publicada no Diário Oficial do Estado no dia 22 de agosto.
Ao O POVO, Márcio ainda esclareceu que das 27 condicionantes que a licença prévia traz, "muitos pontos" já estão "até prontos".
Dentre os adiantamentos, ele cita que "alguns" Planos e Programas Ambientais (PPAS) já estão prontos, algumas solicitações em relação ao plano de saneamento, além do projeto executivo, que "está praticamente finalizado."
Sobre os outros projetos a serem desenvolvidos em torno da refinaria, Márcio frisa que a RPP funcionará como uma indústria âncora no Pecém.
"Você consegue agregar uma indústria do metanol, você consegue agregar uma petroquímica, uma indústria, por exemplo, para poder fazer o SAF", diz ele.
Acrescenta que outros empreendimentos também podem ser atraídos, como distribuidoras, que podem ser instaladas próximas à refinaria, terminais.
"Então é muito mais do que a Refinaria. Ela é a empresa principal de todas essas outras que vem. Além disso vem as indústrias secundárias, de terceira geração, vamos dizer assim, que seria uma loja de tinta, de shapoo, de detergentes... Isso tudo é um desdobramento de produtos. Aí como vai ter uma distribuidora aí você pode ter oficinas para poder consertar os caminhões. Então vem muito mais do que uma refinaria e a gente está bastante contente de poder proporcionar isso ao Ceará", diz.
Sobre a Margem Equatorial (novo pré-sal) o gestor da Noxis frisa que o Ceará "está sendo abençoado" por ser uma das regiões em que o produto poderá ser explorado a 50 km da costa.
"Pretendemos nos beneficiar dessa vantagem logística, que teremos com a produção de petróleo em frente a uma refinaria. E em frente a um grande centro consumidor que é para Fortaleza e o Ceará", diz, acrescentando que a Noxis vai trazer independência energética para o Estado.
Empresa mira em metanol e bioquerosene de aviação
Os planos da Noxis Energy no Ceará vão além da refinaria. De acordo com o diretor executivo da empresa, Márcio Dutra, está em curso uma negociação com uma multinacional para o fornecimento de tecnologia para a instalação de uma planta específica de produção de metanol conectada à refinaria, para a produção do metanol azul e metanol verde ao utilizar o hidrogênio verde que será produzido por outras empresas no Hub de Hidrogênio Verde do Complexo do Pecém.
Também está em estudo a implantação de uma biorefinaria para a produção de bioquerosene de aviação (SAF).
Nestes dois projetos da planta de metanol e SAF é que o aporte extra de US$ 700 milhões é prospectado. Ele detalha que, depois de conseguir a licença de instalação, a companhia vai dar prosseguimento a estes dois novos projetos.
Como acionistas do empreendimento atuam o Grupo Eitan Aizenberg, de Israel, e a Ariel Participações, composta por investidores brasileiros e estrangeiros com expertise em projetos como este.
Sobre os outros projetos a serem desenvolvidos em torno da refinaria, Márcio frisa que a RPP funcionará como uma indústria âncora no Pecém.
"Você consegue agregar uma indústria do metanol, você consegue agregar uma petroquímica, uma indústria, por exemplo, para poder fazer o SAF", diz ele.
Acrescenta que outros empreendimentos também podem ser atraídos, como distribuidoras, que podem ser instaladas próximas à refinaria, terminais.
"Então é muito mais do que a Refinaria. Ela é a empresa principal de todas essas outras que vêm. Além disso, vêm as indústrias secundárias, de terceira geração, vamos dizer assim, que seria uma loja de tinta, de shapoo, de detergentes... Isso tudo é um desdobramento de produtos. Aí como vai ter uma distribuidora, você pode ter oficinas para poder consertar os caminhões. Então vem muito mais do que uma refinaria e a gente está bastante contente de poder proporcionar isso ao Ceará", diz.
Sobre a Margem Equatorial (novo pré-sal) o gestor da Noxis frisa que o Ceará "está sendo abençoado" por ser uma das regiões em que o produto poderá ser explorado a 50 km da costa.
"Pretendemos nos beneficiar dessa vantagem logística, que teremos com a produção de petróleo em frente a uma refinaria. E em frente a um grande centro consumidor que é para Fortaleza e o Ceará", diz, acrescentando que a Noxis vai trazer independência energética para o Estado.