O cearense recebeu, em 2022, em média, R$ 11,50 pela renda de trabalho principal. Foi o quinto menor rendimento-hora do Brasil. São R$ 4,40 a menos que a média brasileira (R$ 15,90) e bem distante daquela paga no Distrito Federal, R$ 26,40, a maior do País.
Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais divulgada nesta quarta-feira, 6, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que mostra ainda que as cinco piores remunerações do País estão concentradas no Nordeste.
Além do Ceará, figuram entre os piores do ranking, a Bahia (R$ 10,4), Maranhão (R$ 10,8), Pernambuco (R$ 11) e Alagoas (R$ 11).
De acordo com o IBGE, no Ceará, o rendimento médio real habitual do trabalho principal foi estimado em R$ 1.738 por mês. Se contabilizada todas as fontes de renda, o número sobe mais um pouco e passa para uma média de R$ 2.074.
Por outro lado, se o trabalho principal for sem carteira assinada a média cai para apenas R$ 1.192 no Estado.
Uma realidade que torna-se ainda mais cruel se a atividade em questão for a do trabalho doméstico. Neste caso, um trabalhador sem carteira, recebeu, em média, apenas R$ 595 pelo mês trabalhado.
É a quarta menor média do País, atrás apenas do Piauí (R$ 522), da Bahia (R$ 548), do Maranhão (R$ 554) e da Paraíba (R$ 578).
O nível de ocupação passou de 45% em 2021 para 46,9% em 2022. Apesar desta alta, o indicador
continua bem abaixo de 2019 (50,9%) e, também, distante do ponto mais alto da série (51,7%),
atingido em 2013.
Comparando esse resultado de 2022 com o alcançado pelo Brasil (56,0%) e pela Região Nordeste (47,4%), o Estado aponta menor nível de ocupação.
No ano passado, a taxa de subutilização da força de trabalho recuou para 27,4%, o mesmo percentual
obtido no início da série histórica, em 2012.
O indicador de subutilização agrega três componentes: desocupação, subocupação por insuficiência de horas e força de trabalho potencial, que inclui as pessoas que não estão ocupadas, porém tomaram alguma medida efetiva para conseguir trabalho, mas não estavam disponíveis para trabalhar ou não realizaram busca por trabalho apesar de desejarem e estarem disponíveis.
Na série 2012-2022, no Ceará, a menor taxa foi observada em 2014, 23,5%. Em decorrência da crise
econômica no final de 2014 e início de 2015, a taxa subiu a partir desse ano, seguindo nessa trajetória
até 2017, quando atingiu 31,0%.
Em 2020, ela voltou a subir, atingindo um novo patamar, 36,0%, e chegando ao maior valor da série em 2021, 37,1%.