Logo O POVO+
Economia cearense avança 2,24% no 3º tri, puxada por serviços
Economia

Economia cearense avança 2,24% no 3º tri, puxada por serviços

|ACELERAÇÃO| Setor teve alta de 4,3% no período, contrabalançando quedas da indústria e da agropecuária. Previsões para 2023 e para 2024 ficam em 2,1% e 1,91%, respectivamente
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Somente o setor do comércio subiu 12,55% entre julho e setembro de 2023 (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS Somente o setor do comércio subiu 12,55% entre julho e setembro de 2023

O Produto Interno Bruto do Ceará (PIB) avançou 2,24% no 3º trimestre de de 2023 em comparação com período equivalente do ano passado, ficando acima da média nacional, que foi de 2%, conforme divulgação do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

A alta foi puxada pelo setor de Serviços, que cresceu 4,23%, ante quedas de 2,37% na Indústria e de 5,12% na Agropecuária. O Ipece também divulgou a primeira previsão do PIB cearense para 2024, estimada em 1,91%, acima do projetado para o PIB brasileiro, que deve crescer 1,5%.



Já na comparação com o 2º trimestre de 2023, a economia cearense ficou praticamente estável, com crescimento de 0,06%, ante 0,1% do verificado nacionalmente. No acumulado do ano, o PIB registra avanço de 1,62% e no acumulado dos últimos quatro trimestres de 0,81%. Em ambos os parâmetros a expansão foi inferior à nacional, que foi de 3,2% e 3,1%, respectivamente.

Para o analista de políticas públicas do Ipece, Alexsandre Lira, a principal atividade que puxou a alta expressiva do setor de serviços foi o crescimento na casa dos dígitos registrado pelo comércio, que avançou 12,55% entre os meses de julho a setembro.“Basicamente, o crescimento do comércio é resultado da melhoria do quadro geral de empregos. O estado do Ceará foi o segundo que mais gerou empregos dentro da região Nordeste. E com o aumento do emprego e da renda das pessoas, há uma tendência ao retorno do consumo”, explicou.

Ele acrescenta que havia uma demanda represada, principalmente na aquisição de eletrodomésticos, e que foi potencializada pela melhoria no ambiente econômico do Estado. “Além da melhoria do quadro de emprego, houve a melhoria do controle dos preços. Com inflação controlada, o salário ganha poder de compra e isso também aumenta o consumo. Então, o crescimento do varejo ampliado, por exemplo, foi superior a 13%”, detalhou Lira.

Por sua vez, o também analista de políticas públicas do Ipece, Witalo Paiva, no 3º trimestre a indústria ainda sentia os efeitos da pandemia, bem como as altas taxas de juros que restringem o crédito para o setor. Vale lembrar que até o início de agosto, a Selic, considerada a taxa básica de juros do País, estava a 13,75%. Mesmo com dois cortes consecutivos naquele trimestre, a Selic fechou o período a 12,75% ao ano.

“A indústria, em particular, não conseguiu se reorganizar e a do Ceará parece estar sofrendo alguns efeitos particulares diferentes dos que se observam em outras partes do Brasil. A questão da indústria da transformação que caiu 8,4% e mesmo da metalurgia, que vinha bem e deu uma arrefecida agora, explicam muito essa queda”, avalia Paiva.

O maior tombo, contudo, foi na agropecuária, influenciado pela queda na produção de milho (30,5%), feijão (29,6%) e fava (15,5%). No geral, a produção de grãos recuou 26,9% na comparação entre o 3º trimestre de 2023 e o 3º trimestre de 2022. Já a fruticultura teve destaque com alta de 15,17% na produção de melancia e de 12,86% na de goiaba.

A analista de políticas públicas do Ipece, Cristina Lima, destaca, por fim, os bons resultados da pecuária, com a única exceção da produção de carne suína, que caiu 16,17%.

“Com a queda dos preços da carne de gado, há uma volta desse consumo substituindo o suíno. Então, é uma dinâmica de demanda e preço”, conclui.

Tenha acesso a mais conteúdo no Dei Valor

Mais notícias de Economia

Setores

Desempenho do PIB por setor no Brasil, no 3º trimestre, foi diferente do observado no Ceará. A indústria e a agropecuária, que tiveram quedas no Estado, cresceram 1% e 8,8%, em termos nacionais

O que você achou desse conteúdo?