O Brasil ultrapassou Canadá e Rússia e agora ocupa o posto de nona maior economia do mundo. O cálculo foi feito pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), com base no Produto Interno Bruto (PIB). País iniciou o ano como a 12ª economia do mundo, mas teve um dos maiores crescimentos do ano entre as 194 economias analisadas.
Segundo a projeção do FMI, a economia brasileira produziu US$ 2,13 trilhões em riquezas. O movimento representa o maior avanço e melhor colocação do Brasil no ranking desde o período entre 2010 e 2014, quando chegou a ocupar a sétima posição.
A última vez que o Brasil esteve no top-10 do levantamento do FMI foi em 2019.
À frente do Brasil no ranking estão os Estados Unidos, China, Alemanha, Japão, Índia, Reino Unido, França e Itália.
O ranking faz parte do relatório anual World Economic Outlook, divulgado ontem, 19. No seu acompanhamento mensal, em outubro, o FMI frisava que o salto brasileiro projetado iria beneficiar a América Latina e o Caribe em 2023.
Com o resultado, o salto do brasileiro no ranking notabiliza o País como a quinta maior elevação da lista, dentre mais de 190 nações.
Para o presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Igor Lucena, o resultado é bastante positivo para o Brasil que deve fechar o ano com um dos principais avanços econômicos do G-20, enquanto as economias europeias e dos Estados Unidos patinam.
Igor destaca ainda que, para além do PIB, o Brasil deve estar mais preocupado na distribuição, já que considera o PIB per capita baixo em comparação a outros países, assim como aumentar sua participação no comércio internacional.
Para os próximos anos, acredita que o Brasil tem potencial de ultrapassar a Itália e se tornar a oitava maior economia, mas deve estar atento para não comprometer demais a economia com um modelo de crescimento insustentável.
"Além do FMI, tivemos a divulgação de dado da OCDE que mostrou que o Brasil pode chegar a 2035 com razão dívida-PIB de 100%. Então, o País precisa ter cuidado para cortar custos corretamente hoje para não precisar de medidas radicais", aponta.
Igor lembra que o alto patamar de endividamento já foi experimentado por países ricos, com moedas mais fortes, mas que enfrentaram dificuldades profundas, ao ponto de cortar drasticamente os gastos com previdência e programas sociais.
Na avaliação do economista-chefe da Messem Investimentos, Gustavo Bertolli, o que levou o Brasil a subir as posições no ranking do FMI foi a política monetária para conter a inflação, que tem demonstrado frutos agora.
"O Brasil está colhendo os frutos do que foi iniciado em 2021 na política monetária", pontua.
Segundo ele, países como Estados Unidos e na União Europeia demoraram a tomar o mesmo rumo e ainda enfrentam dificuldades inflacionárias que têm pressionado negativamente o resultado do PIB.
Gustavo destaca ainda que o agronegócio foi o setor que mais contribuiu com esse movimento.
Confira o ranking das 20 maiores economias do mundo
S&P eleva nota do Brasil pela primeira vez em 12 anos
Pela primeira vez em 12 anos, a agência de classificação de riscos Standard & Poor's (S&P) elevou a nota da dívida soberana brasileira. O país saiu da nota BB-, três níveis abaixo do grau de investimento, para a nota BB, dois níveis abaixo.
A S&P concedeu perspectiva estável, o que não indica alterações nos próximos meses.
A última vez em que a S&P havia elevado a nota da dívida brasileira tinha sido em 2011, quando o Brasil passou da nota BBB- (grau de investimento, garantia de que o país não dará calote na dívida pública) para BBB (um nível acima do grau de investimento).
Desde então, o país tinha sofrido sucessivos rebaixamentos, tendo perdido o grau de investimento em setembro de 2015.
Desde junho deste ano, a S&P tinha indicado que elevaria a classificação do país, ao conceder perspectiva positiva para a nota brasileira.
Em nota, a S&P atribuiu a melhoria da nota brasileira à aprovação da reforma tributária. Segundo a agência, a conclusão das discussões amplia a trajetória de implementação de políticas pragmáticas no país nos últimos 7 anos.
A S&P, no entanto, adverte que continuam riscos como as perspectivas de fraco crescimento econômico e de situação fiscal "débil", o que justificou a perspectiva estável para a nota do país. (Agência Brasil)
As 20 maiores economias do mundo
Estados Unidos
- US$ 26,95 trilhões
China
- US$ 17,7 trilhões
Alemanha
- US$ 4,43 trilhões
Japão
- US$ 4,23 trilhões
Índia
- US$ 3,73 trilhões
Reino Unido
- US$ 3,33 trilhões
França
- US$ 3,05 trilhões
Itália
- US$ 2,19 trilhões
Brasil
- US$ 2,13 trilhões
Canadá
- US$ 2,12 trilhões
Rússia
- US$1.86 trilhão
México
- US$1.81 trilhão
Coreia do Sul
- US$1.71 trilhão
Austrália
- US$1.69 trilhão
Espanha
- US$1.58 trilhão
Indonésia
- US$1.42 trilhão
Turquia
- US$1.15 trilhão
Holanda
- US$1.09 trilhão
Arábia Saudita
- US$1.07 trilhão
Suíça - US$ 905 bilhões
Fonte: FMI