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Inflação em 2023 na Grande Fortaleza tende a fechar como a menor em 5 anos
Economia

Inflação em 2023 na Grande Fortaleza tende a fechar como a menor em 5 anos

|ABAIXO DE 5%| Caso o IPCA acumulado nos últimos 12 meses seja mantido, o índice será superior apenas ao de 2018. Carnes e combustíveis têm maiores quedas na RMF
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CEBOLA foi o item que teve a maior queda: 33,46% (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA CEBOLA foi o item que teve a maior queda: 33,46%

A inflação na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) tende a fechar o ano de 2023 como a menor desde 2018, caso seja mantido o ritmo de variação de preços no acumulado nos últimos 12 meses.

Para se ter uma ideia, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro na Grande Fortaleza, no acumulado em 12 meses, ficou em 4,64%, abaixo dos 5,76% registrados durante o ano de 2022 ou mesmo do verificado em 2019, quando o IPCA da RMF fechou em 5,01%.

Em 2020 e em 2021, anos impactados diretamente pelos efeitos da pandemia de Covid-19, a inflação na Capital cearense municípios de seu entorno fechou, respectivamente, em 5,74% e em 10,63%. Por outro lado, no ano de 2018, o IPCA medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou em apenas 2,9%, o segundo menor da série histórica iniciada em 2012.

Já em 2023, os grandes responsáveis por puxar para baixo a inflação na Grande Fortaleza foram itens como a cebola, que registrou deflação de 33,46%, o óleo de soja, cujo preço caiu 20,19% e o fígado bovino, com queda de 16,48%. Outros cortes de carne como acém, contrafilé, alcatra e costela também aparecem entre os dez produtos que mais baixaram de valor. Vale destacar ainda o impacto das quedas em preços de combustíveis como o diesel e o gás de cozinha.

Por outro lado, as maiores altas foram registradas no preço das passagens aéreas, que subiram 56,52%, além do tomate e da cenoura, que subiram, respectivamente 33,52% e 31,61%. Também vale destacar, entre os grandes vilões do processo inflacionário na RMF, serviços como os de táxi, manicure e taxas de água e esgoto. A instabilidade climática impactou ainda o preço de produtos como a manga, o arroz e o milho verde em conserva.

Para o economista Ricardo Coimbra, além das questões específicas a cada produto ou serviço, é possível observar que “alguns efeitos da política macroeconômica adotada, tais como o controle fiscal, os juros elevados e a melhoria do cenário interno vêm ajudando. Além disso, na medida em que você tem uma pulverização desse processo inflacionário, consegue observar a tendência de uma manutenção ou estabilização desse ritmo”.

Ele acrescenta que a mesma perspectiva segue para o ano que vem. “É provável que em 2024 a gente tenha um ritmo de inflação um pouco menor do que o de 2023. E é provável que com o direcionamento dessas variáveis, haja uma certa estabilização daquilo que possa estar relacionado com a macroeconomia como, por exemplo, os preços dos combustíveis e da energia”, exemplifica.

Por outro lado, Coimbra avalia que o chamado 'super El Niño' (aquecimento elevado das águas do Oceano Pacífico) previsto para o próximo ano pode ter efeito negativo sobre a inflação dos alimentos. “Uma inflação menor em 2024 vai depender um pouco do aspecto climático, que demonstra ser menos favorável em relação ao que tivemos nesse último ciclo”, pondera.

Outra preocupação do economista é com o cenário externo, notadamente com relação aos conflitos em curso, tais como os que ocorrem em Gaza e na Ucrânia, que podem impactar o preço dos combustíveis. Apesar disso, Coimbra lembra que em 2023 esses efeitos foram menores que os inicialmente previstos.

Por fim, ele lembra que o dólar em queda, abaixo dos R$ 5, também ajudou em 2023 e deve continuar ajudando a desacelerar a inflação, não apenas na Grande Fortaleza, mas no País como um todo. “A expectativa é que a taxa de câmbio se mantenha mais ou menos no mesmo ritmo em 2024”, projeta.

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Últimos 12 meses

Variações de preços*

Maiores quedas (%)

1ª Cebola (-33,46)

2ª Óleo de soja (-20,19)

3ª Fígado (-16,48)

4ª Acém (-15,92)

5ª Mamão (-15,56)

6ª Óleo diesel (-14,28)

7ª Contrafilé (-12,89)

8ª Alcatra (-12,41)

9ª Costela (-11,67)

10ª Gás de botijão (-11,46)

11ª Picanha (-11,33)

12ª Peixe Cavala (-10,33)

13ª Patinho (-10,14)

14ª Frango inteiro (-9,97)

15ª Pacote turístico (-9,93)

Maiores altas (%)

1ª Passagem aérea (56,52)

2ª Tomate (33,52)

3ª Cenoura (31,61)

4ª Manga (25)

5ª Arroz (23,52)

6ª Táx (20,2)

7ª Manicure (19,45)

8ª Artigos de papelaria (19,11)

9ª Taxa de água e esgoto (18,49)

10ª Milho-verde em conserva (18,12)

11ª Maionese (17,64)

12ª Emplacamento e licença (17,45)

13ª Ônibus urbano (15,75)

14ª Absorvente higiênico (15,05)

15ª TV por assinatura (14,57)


*Considerando novembro de 2023 como mês de referência

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