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Número de cearenses que investe na bolsa cresce 11,7% em 2023
Economia

Número de cearenses que investe na bolsa cresce 11,7% em 2023

| Mercado de capitais | No Estado, 128 mil pessoas investiram mais de R$ 8 bilhões na bolsa de valores brasileira. É o nono estado com maior quantidade de recursos aplicados
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Economista e professor da UFC, Érico Veras Marques, destaca a importância de estudar e conhecer os investimentos antes de investir. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
Foto: José Cruz/Agência Brasil Economista e professor da UFC, Érico Veras Marques, destaca a importância de estudar e conhecer os investimentos antes de investir.

Bolsa de valores brasileira, a B3, registrou investimentos de R$ 8,44 bilhões advindos dos cearenses em 2023, de acordo com informações contabilizadas até o dia 2 de dezembro. No Estado, 128,7 mil pessoas possuíam aplicações sob sua custódia no último ano. Aumento de 11,7% ante o número de 2022.

Destas, 100,3 mil são do gênero masculino e 28,3 mil do feminino. Os homens cearenses foram responsáveis por inserir um capital de R$ 6,41 bilhões na bolsa durante o ano passado, já as mulheres dispuseram de R$ 2,03 bilhões.

Este montante fez o Ceará ficar na 9ª posição entre os estados que mais investiram recursos em 2023 no Brasil, representando 1,62% do total nacional, de R$ 522,2 bilhões.

Número de investidores cresce 415% no Ceará

O Estado contou, além disso, com um significativo crescimento de investidores nos últimos cinco anos.

De 2019 a 2023, houve uma alta de 415,22% nos Cadastros de Pessoas Físicas (CPFs) de cearenses na renda variável.

Em 2019, o Ceará contava com 24,9 mil investidores na B3; em 2020, 52 mil; em 2021, 90,8 mil; em 2022, 115,2 mil; e em 2023, 128,7 mil.

O maior avanço foi registrado entre o ano de 2019 e 2020, com expansão de 108,48%. O menor ficou entre 2022 e 2023, com ampliação de 11,66%.

Um desses investidores é o estudante de ciências contábeis da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Davi Oliveira, de 26 anos, que detém ações nos setores de energia, mineração e petróleo, incluindo empresas estatais.

“Diversifico minha carteira para me proteger ao máximo. Além da carteira de renda variável, mantenho uma carteira de renda fixa, dividida entre curto, médio e longo prazo, para atender a diferentes objetivos”, explica.

Davi relata que começou a estudar sobre o mercado financeiro e se introduzir no universo da bolsa de valores por conta própria, ao ter contato com outros investidores no trabalho.

“Sempre gostei de matemática e de ser uma pessoa que poupava, fazendo minhas planilhas, mas nunca havia prestado atenção em investimentos. (...) Hoje, acompanho podcasts, vídeos e notícias quase diariamente para me manter atualizado”, diz.

Na visão de Davi, nunca foi uma opção deixar de estudar para, simplesmente, imitar as ações de figuras públicas famosas no mercado financeiro, como o influenciador, empresário e escritor Thiago Nigro.

“Não há ninguém igual a ele (Thiago), assim como não há ninguém igual a mim. Portanto, é necessário utilizar estratégias que se adequem ao seu perfil em vez de copiar estratégias de figuras públicas”, pondera.

Renda variável requer cuidados

Um outro investidor cearense que preferiu não se identificar perdeu praticamente tudo que investiu na B3, em torno de R$ 5 mil no setor de varejo.

“Investi na Magazine Luiza e Americanas, porque eram empresas enormes aqui no Brasil, e eu jamais pensaria em qualquer tipo de falência, principalmente da Americanas”, onde, segundo ele, havia deixado a maior parte dos investimentos.

“Na época, a Americanas estava envolvida no Big Brother Brasil como patrocinadora, e percebi que, antes do BBB, suas ações tinham um certo valor, mas depois valorizaram bastante. Pensei que fosse ser uma boa, algo interessante. Foi assim que decidi investir”, explica.

 

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