A taxa básica de juros do Brasil, denominada Taxa Selic, está em um ciclo de queda que pode gerar uma corrida de investimentos na B3, de acordo com o economista e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Érico Veras Marques.
"A aposta do mercado é que as pessoas vão para a renda variável. (...) Já tem gente falando da expectativa que a bolsa (Índice Bovespa) terminaria o final do ano com 145 mil pontos, mas isso tudo é especulação", afirmou o docente.
Isso acontece porque os investimentos de renda fixa, como títulos públicos e Certificados de Depósito Bancário (CDBs), são atrelados à taxa de juros. Dessa forma, quando a taxa cai, a rentabilidade da renda fixa também tende a ser menor.
Já na renda variável não há previsibilidade de retorno, o ambiente é volátil e de risco. Ainda assim, é visto como uma alternativa entre as pessoas que buscam atingir lucros maiores, independentemente dos perigos de perder dinheiro.
Neste cenário, a B3 enviou dados ao O POVO que mostram que o crescimento de investimentos já tem sido significativo nos últimos anos, tanto em ciclos de alta quanto de baixa nos juros.
De 2019 a 2023, até 2 de dezembro, o número de Cadastros de Pessoas Físicas (CPFs) que aportaram dinheiro no capital aberto brasileiro teve uma alta de 306,7%.
O maior crescimento ocorreu entre o ano de 2019 e 2020, com aumento de 91,47%. Já o menor progresso foi de 2022 a 2023, com acréscimo de 14,23%.
Em 2019, 1,4 milhão de brasileiros investiam na bolsa; 2,6 milhões, em 2020; 4,1 milhões, em 2021; e 4,9 milhões, em 2022.
Em 2023, até 2 de dezembro, a B3 contava com 5,6 milhões de investidores responsáveis por investimentos de R$ 522,2 bilhões.
O estado de São Paulo, neste cenário, foi o que mais investiu em termos percentuais, com 47,04%; seguido por Rio de Janeiro (14,48%) e Minas Gerais (8,80%). Já o Ceará ficou na 9ª posição, com 1,62%.