O preço médio do litro da gasolina comum no Ceará teve alta de 6,5% em 2023, passando de R$ 5,54 em 1º de janeiro do ano passado para R$ 5,90 no dia 30 de dezembro.
A variação manteve o valor do combustível no Estado entre os mais caros do País, mas foi a 4ª menor registrada ao longo de 2023, acima apenas da verificada no Piauí (0,7%), em Sergipe (3,9%) e na Bahia (5,4%). A maior alta aconteceu no Acre, onde o preço médio do produto disparou 28,2% em 12 meses, seguido por Rondônia, que teve elevação de 24,5%.
Ainda assim, apenas os estados do Acre (R$ 6,76), Rondônia (R$ 6,40), Amazonas (R$ 5,94) e Rio Grande do Norte (R$ 5,91) encerraram o ano passado com gasolina mais em conta que a encontrada nos postos cearenses. Na outra ponta, Piauí (R$ 5,23), Maranhão e Sergipe (R$ 5,24), além de Pernambuco (R$ 5,26) tiveram os menores preços médios do combustível.
No dia 1º de janeiro do ano passado, o preço médio da gasolina no Ceará era o mais alto dentre todos os estados brasileiros, conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). De acordo com Bruno Iughetti, consultor na área de petróleo e energia, “em decorrência de um preço muito além da realidade, nos primeiros dias de 2023, o mercado se ressentiu desse impacto de alta e passou a aplicar uma diluição nos preços praticados levando em consideração também o fato de a Petrobras promover reduções”.
“Hoje, o preço praticado aqui no Ceará é mais compatível com a realidade não só de suprimento e de abastecimento da gasolina, mas também de equilíbrio de preço, uma vez que saímos de um patamar extremamente alto em janeiro e fevereiro do ano passado para níveis mais palatáveis ao fim do ano”, acrescentou Iughetti.
Com a alta da gasolina, ainda que reduzida em comparação a outros estados, e a queda de 7% no preço do etanol, o biocombustível produzido a partir da cana-de-açúcar ganhou competitividade no Estado. Especialistas apontam que para ser vantajoso, o produto precisa custar 70% ou menos do preço da gasolina.
No caso do Ceará, essa relação era de 82% em 1º de janeiro de 2023 e passou a 72% em 30 de dezembro do ano passado, próximo da margem considerada de vantagem competitiva. “O etanol vinha sistematicamente perdendo mercado para a gasolina em função do nível de preço praticado”. lembra Iughetti.
“Para se recuperarem na comparação com a gasolina, os preços foram, sistematicamente, sendo reduzidos até atingirem o patamar de hoje. Isso ocorreu aliado a uma excedente no Centro-Sul que também nos abastece de etanol”, conclui o consultor.
Outros combustíveis também tiveram queda no preço médio ao consumidor ao longo do ano passado, com destaques para o diesel comum (que caiu 9%) e o diesel S10 (com redução de 10,8%).
A maior redução, contudo, se deu no valor médio do botijão de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), ou gás de cozinha, que despencou 11,6% em 2023.
EVOLUÇÃO DO PREÇO MÉDIO
GASOLINA COMUM
01/01/23: R$ 5,54
01/02/23: R$ 5,69
01/03/23: R$ 5,79
01/04/23: R$ 5,80
01/05/23: R$ 5,72
01/06/23: R$ 5,33
01/07/23: R$ 5,92
01/08/23: R$ 6,14
01/09/23: R$ 6,09
01/10/23: R$ 5,73
01/11/23: R$ 5,52
01/12/23: R$ 5,91
30/12/23: R$ 5,90
ETANOL HIDRATADO
01/01/23: R$ 4,57
01/02/23: R$ 4,63
01/03/23: R$ 4,61
01/04/23: R$ 4,61
01/05/23: R$ 4,59
01/06/23: R$ 4,48
01/07/23: R$ 4,75
01/08/23: R$ 4,74
01/09/23: R$ 4,68
01/10/23: R$ 4,54
01/11/23: R$ 4,33
01/12/23: R$ 4,39
30/12/23: R$ 4,25
Fonte: ANP
Inflação
A gasolina aditivada e o GNV também tiveram alta de preço: 5,4% e 10,6%