A Secretaria da Diversidade do Ceará, por meio do Comitê de Empregabilidade e Empreendedorismo LGBT+, lançou ontem, 16, um projeto de mapeamento de empreendedorismo voltado à comunidade LGBTI+.
Por meio de um formulário, o objetivo é colher dados de empreendedores LGBTIs no Ceará. Após o levantamento, serão estudadas formas de recursos destinados, como a liberação de crédito, para esses negócios. Veja como acessar ao fim desta matéria.
Outra idealização do projeto é fornecer oportunidades de redes colaborativas para o avanço da empregabilidade da comunidade.
Há também uma idealização para a capacitação dessas pessoas dentro da economia cearense, segundo Mitchelle Meira, secretária da Cidadania e Diversidade do Ceará.
“Então a gente quer primeiro juntar essa turma para poder capacitar e com essa capacitação a geração de um negócio, e a oportunidade de ter acesso a créditos”, explica Mitchelle em entrevista ao O POVO.
Toda a realização está prevista para acontecer neste ano.
A secretária também ressalta a participação de todos os municípios para o recolhimento de dados.
“Então a gente tá aqui, sempre indo de mãos dadas para poder chegar até o interior do Estado. O Ceará é grande e com grandes necessidades, e a gente quer sim chegar ao máximo possível”, afirma.
O formulário elaborado para o levantamento solicita o tipo de empreendedorismo, orientação sexual, identidade de gênero, dentre outras perguntas.
Em relação aos grandes empreendedores, caso haja interesse em contratar trabalhadores da comunidade LGBT, o cadastro também é permitido.
“A gente não tem limites para preenchimento. Pode ser qualquer empresa, empreendedor que possa e que queira se colocar para fornecer esses dados”.
Vladyson Viana, secretário do Trabalho do Ceará, afirma que o mapeamento contribuirá cada vez mais, de forma assertiva e efetiva, nas políticas públicas.
Veja alguns empreendimentos
Há 12 anos atuando no estado, a Feira Empreendedora LGBT tem como objetivo promover a autonomia econômica de pessoas da comunidade.
Sobre o mapeamento, Anderson Ayalla, coordenador do projeto, enxerga a ação como uma melhoria para o meio e um futuro melhor para os empreendedores.
Com uma base de 30 expositores, a feira fica localizada no shopping Rio Mar Kennedy e tem parceria da Secretaria da Diversidade do estado.
No último mês, o impacto da feira gerou entre R$ 6 mil e R$ 7 mil, afirma Anderson. Ele também destaca a luta da comunidade dentro do mercado de trabalho.
“É uma luta de todo dia, né? A gente vem se reeducando e lutando todo dia conta o preconceito, contra discriminação e tudo é sempre visível em todo canto. Mas a gente não esmorece nem abaixa a cabeça. Nós sabemos dos nossos direitos, então a gente é uma luta constante”.
O casal Deejair e Géssica são donos da loja “Empatia Modas”, focada em produtos LGBTs. O empreendimento surgiu há 2 anos, quando o filho do casal, à época 16 anos, se assumiu gay e sofreu homofobia.
A escolha do nome “empatia” foi para apoiar a causa. “A gente é um casal atípico. Um casal hétero dentro do empreendimento do LGBT e o nome da loja Empatia surgiu justamente por isso, né? A gente se coloca no lugar dos nossos filhos, nossos irmãos e os nossos amigos”, explica Deejair.
Sobre a execução do mapeamento, o casal espera que a ação, além de ajudar os lojistas, ajude também a comunidade LGBT.
O formulário de inscrição já está aberto para o levantamento de dados. Acesse aqui.