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Saldo de emprego no Brasil cai 26,3% e fica em 1,48 milhão de vagas
Economia

Saldo de emprego no Brasil cai 26,3% e fica em 1,48 milhão de vagas

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Comércio tem o maior estoque de empregos no Brasil (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA Comércio tem o maior estoque de empregos no Brasil

O Brasil gerou 1.483.598 empregos formais (com carteira assinada) em 2023, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho. Em comparação com os 2.013.261 postos criados em 2022, o saldo ficou 26,3% menor.

O resultado de 2023 decorreu de 23.157.812 admissões e de 21.774 214 demissões, o segundo pior resultado desde 2020 - quando houve uma mudança na metodologia, com o início de uma nova série histórica.

Em dezembro, o saldo ficou negativo em 430.159 vagas, após a criação de 125.027 postos em novembro (dado revisado ontem).

O mercado financeiro esperava um novo avanço do emprego no ano, mas o resultado veio abaixo da mediana das estimativas de analistas, que indicava abertura de 1.538.250 postos de trabalho. As estimativas variavam entre abertura de 1.444.786 a 1.836.747 vagas em 2023.

Para o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, a desaceleração da economia brasileira no segundo semestre contribuiu para que 2023 fechasse com resultado abaixo do que havia sido projetado pela pasta em novembro - um saldo positivo entre 1,9 milhão e 2 milhões de vagas.

"Houve uma desaceleração no segundo semestre. Se tivesse acelerado, ia ser maior a contratação", afirmou. "Temos um problema de déficit muito grande, que vem, em grande parte, herdado do último ano do governo Bolsonaro."

Marinho citou como desafios para o mercado de trabalho o alto patamar de juros e de endividamento, com impacto direto na renda, e um possível aumento da informalidade no setor da agricultura. "Quanto mais o mercado for formal, maior será a segurança dos trabalhadores", disse. "Há uma rotatividade extravagante (no mercado de trabalho). Está muito flexível para uma economia como a do Brasil", disse.

A abertura das vagas de trabalho com carteira assinada foi puxada pelo desempenho do setor de serviços, com a criação de 886.223 postos formais, seguido pelo comércio, que abriu 276.528 vagas. Já a indústria geral gerou 127.145 vagas, enquanto houve um saldo de 158.940 contratações na construção civil. A agropecuária registrou a abertura de 34.762 vagas no ano.

Para o head de pesquisa macroeconômica da Knitro Capital, João Savignon, os dados do mês passado são condizentes com a desaceleração em curso da economia. "Apesar de ter havido certa surpresa negativa na margem, olhando sob um horizonte mais amplo, o desempenho está conforme o esperado." (Agência Estado)

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