A Aço Cearense estima que, a partir de 2027, inicie a produção de aço verde na unidade da subsidiária Sinobras, em Marabá (PA). O produto é fruto de uma parceria selada com a Vale em 2022 e vai dotar a companhia de mais uma aciaria de capacidade produtiva de 500 mil toneladas de aço por ano.
O investimento foi calculado, inicialmente, em US$ 350 milhões, mas o valor deve ser superado após as atualizações de mercado, segundo projeta Ian Corrêa, vice-presidente de Operações do Grupo.
Com a nova aciaria, a capacidade máxima do Grupo volta ser remodelada. A laminadora que entrou em operação em novembro passado levou a empresa a um porte de 850 mil toneladas de aço processado por ano, mas a produção do aço é estimada hoje em 500 mil toneladas. Em 2027, isso se inverte, pois mais 500 mil toneladas anuais serão produzidas.
"Quer dizer, vai abastecer 800 mil toneladas de processamento e ainda vai sobrar 200 mil para a gente desenvolver a região com o novo produto", explica, sobre os planos futuros.
O aço verde do Grupo deve ser gerado a partir da chamada tecnologia tecnored, na qual o carvão mineral dos alto-fornos da indústria será substituído por biomassa. Bagaço de cana, moagem e principalmente carvão vegetal devem ser os combustíveis.
Hoje, a Aço Cearense possui 46 mil hectares de eucalipto plantados no Tocantins, a 250 quilômetros da planta de Marabá. É de lá que vai sair o carvão vegetal para alimentar a produção de aço verde, segundo explica Corrêa.
"Em 18 meses, que acaba em março, estamos acabando o projeto de viabilidade. Vamos ter os custos todos estimados. As obras iniciais já começaram. Nosso cronograma é de que em 2027 deve estar produzindo aço verde na nova aciaria em Marabá no Pará", reforça.