A Grande Fortaleza apresentou uma inflação de 0,68% em janeiro de 2024, sendo a sexta maior taxa do Brasil no mês.
O resultado foi puxado pelo grupo de alimentação e bebidas e também de despesas pessoais. Levando em consideração apenas a variação acumulada nos últimos 12 meses, o aumento foi de 4,69%.
Os dados foram apresentados nesta quinta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mede a inflação oficial, por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O índice superou a média nacional tanto no resultado dos últimos 12 meses quanto no mensal, que ficou em 4,51% e 0,42%, respectivamente.
Dentre todos os itens analisados, as maiores altas de preços na Grande Fortaleza ficaram com cenoura (52,57%), batata-inglesa (27%) e manga (23,63%). Veja lista:
Por outro lado, a maiores baixas foram registradas nos seguintes produtos pesquisados pelo IBGE:
Na análise dos grupos onde os itens estão inseridos, alimentação e bebidas (1,72%), que tem o maior peso regional, puxou a alta de janeiro em Fortaleza, sobretudo devido à cenoura. Logo depois veio o grupo despesas pessoais (1,22%).
Vale lembrar que o IPCA é referente a famílias residentes nas áreas urbanas, com rendimentos um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (INPC) na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) também teve alta (0,63%) em janeiro de 2024, abaixo da variação registrada no mês anterior (0,83%). Nos últimos 12 meses, o INPC acumula índice de 4,77%.
Nesta pesquisa, consideram-se famílias residentes nas áreas urbanas das regiões, com rendimentos de um a cinco salários mínimos, cuja pessoa de referência é assalariada.
A inflação do País foi de 0,42% em janeiro, após a variação de 0,56% registrada no mês anterior. A alta no primeiro mês do ano foi influenciada especialmente pelo aumento de 1,38% do grupo alimentação e bebidas, que tem o maior peso no indicador (21,12%).
Com esse resultado, os alimentos também exerceram o maior impacto sobre o índice do mês. É a maior alta de alimentação e bebidas para um mês de janeiro desde 2016 (2,28%). A inflação acumulada nos últimos 12 meses foi de 4,51%.
“O resultado de janeiro tem, assim como em dezembro, o grupo alimentação e bebidas como principal impacto. O aumento nos preços dos alimentos é relacionado principalmente à temperatura alta e às chuvas mais intensas em diversas regiões produtoras do país”, explica o gerente da pesquisa, André Almeida.
Nesse cenário, a alimentação no domicílio também ficou mais cara (1,81%), influenciada sobretudo pelo avanço nos preços da cenoura (43,85%), da batata-inglesa (29,45%), do feijão-carioca (9,70%), do arroz (6,39%) e das frutas (5,07%).
“Historicamente, há uma alta dos alimentos nos meses de verão, em razão dos fatores climáticos, que afetam a produção, em especial, dos alimentos in natura, como os tubérculos, as raízes, as hortaliças e as frutas. Neste ano, isso foi intensificado pela presença do El Niño”, destaca André.
“No caso do arroz, houve a influência do clima adverso e da preocupação com a nova safra. Além disso, a Índia, maior produtor mundial, enfrentou questões climáticas que atingiram a produção e cessou as exportações no segundo semestre do ano passado, o que provocou o aumento do preço desse produto no mercado internacional”, explica.
Já a alimentação fora do domicílio (0,25%) desacelerou frente a dezembro (0,53%), com as altas menos intensas do lanche (0,32%) e da refeição (0,17%). No mês anterior, os dois subitens haviam registrado aumento de 0,74% e 0,48%, respectivamente.
Por outro lado, o grupo de transportes, o segundo de maior peso no IPCA (20,93%), registrou deflação de 0,65%. “O maior impacto individual veio das passagens aéreas, que tinham subido em setembro, outubro, novembro e dezembro do ano passado e caíram 15,22% em janeiro”, ressalta.
Nos quatro últimos meses de 2023, houve uma alta acumulada de 82,03% nesse subitem.
Também no grupo dos transportes, houve queda nos preços dos combustíveis (-0,39%), com os recuos do etanol (-1,55%), do óleo diesel (-1,00%) e da gasolina (-0,31%). Já o gás veicular (5,86%) foi o único dos combustíveis pesquisados a ter alta no mês.
“Como a gasolina é o subitem de maior peso individual no IPCA, essa queda de preços em janeiro ajudou a conter o resultado geral do índice”, analisa o gerente.
No grupo de saúde e cuidados pessoais (0,83%), houve aumento em higiene pessoal (0,94%), com as altas do produto para pele (2,64%) e do perfume (1,46%). Outros itens de destaque foram o plano de saúde (0,76%) e os produtos farmacêuticos (0,70%).
Por sua vez, a alta do grupo de habitação (0,25%) foi impulsionada pelo aumento nos preços da taxa de água e esgoto (0,83%) e do gás encanado (0,22%), enquanto a energia elétrica residencial (-0,64%) teve queda.
Em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), houve um aumento de 0,57% em janeiro, acima do registrado no mês anterior (0,55%).
O índice acumula alta de 3,82% nos últimos 12 meses. Os produtos alimentícios passaram de 1,20% em dezembro para 1,51% em janeiro. Já os não alimentícios passaram de 0,35% para 0,27% no mesmo período.
“O resultado do INPC ficou acima do IPCA por conta do maior peso que o grupo alimentação e bebidas tem nesse indicador”, explica André.