Com grandes empresas de planos de saúde - como Hapvida, Unimed e São Camilo -, o Ceará tem mais de 1,3 milhão de pessoas cobertas por planos de saúde. Para o superintendente executivo da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Marcos Novais, há espaço para avançar mais.
"Estamos falando de 15,8% da população coberta no Estado, enquanto que na média nacional a gente tem algo próximo a 25% da população coberta. Então, ainda temos muito o que avançar, e projetamos crescimento, sim, no Estado do Ceará, que possui uma infraestrutura de saúde moderna e recentemente inaugurada."
Expectativa é ancorada pelo próprio desenvolvimento econômico do Estado e geração de emprego. "Um dos primeiros itens que as pessoas têm acesso (após entrar no mercado de trabalho), ou via contrato de trabalho ou porque adquirem diretamente, é o plano de saúde".
Apesar disso, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) informou em nota que a inflação dos custos em saúde cresce acima dos índices oficiais de inflação. "De 2019 a 2022, o VCMH (Variação do Custo Médico Hospitalar) cresceu 41%, enquanto o IPCA (que mede a inflação) evoluiu 27% no mesmo período".
Ressalta-se que fatores como esse influenciam o reajuste dos planos de saúde na visão da FenaSaúde. Diferentemente dos planos individuais, que seguem um teto definido pela ANS – de 9,63% no ano passado –, os coletivos têm reajustes definidos por negociações entre empresas e planos de saúde.
Tais índices de reajustes levam em consideração a evolução do custo da assistência de saúde, a obrigatoriedade da oferta de tratamentos cada vez mais caros e a judicialização de alguns casos, indicou a FenaSaúde.
"(Os reajustes coletivos) muitas vezes superam a inflação (em 4,51% no acumulado de 12 meses), tornando o plano mais oneroso com o passar do tempo", destacou também o especialista em direito do consumidor e saúde, Stefano Ribeiro Ferri.