Passado o período de pandemia, o interesse das mulheres por opções de investimentos segue em amplo crescimento. Dados da pesquisa Raio X do Investidor Brasileira confirma o movimento, já que pelo segundo ano consecutivo o número de mulheres investidoras cresceu.
Feita pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) com o Datafolha, a pesquisa mostra que 35% das entrevistadas declararam aplicar em algum produto financeiro. Nos anos anteriores, os percentuais foram de 33% (2022) e de 28% (2021).
Para o superintendente de Sustentabilidade, Inovação e Educação da Anbima, Marcelo Bili, esse crescimento é importante para dar maior autonomia e independência às mulheres investidoras.
"É muito importante e positivo para a sociedade o interesse das mulheres pelos produtos financeiros. Além da proteção dos recursos e da possibilidade de aumentar a renda, investir pode proporcionar autonomia e independência", diz.
Marcelo acredita também que os esforços em torno da divulgação de educação financeira e a atenção que o público feminino tem dado, são refletidos nos dados. "Do lado do mercado, são fundamentais os esforços em educação financeira, assim como o olhar mais atento a esse público, compreendendo melhor suas necessidades e seus objetivos."
As mulheres entrevistadas para a pesquisa destacaram que a principal vantagem que as leva a investir seus recursos é a segurança financeira e a possibilidade de juntar uma reserva (38% das respostas).
Segundo a Anbima, esse quesito lidera as motivações das mulheres desde a primeira edição da pesquisa, em 2017. Na sequência, estão o retorno financeiro (17%) e a possibilidade de retirar o dinheiro em caso de necessidade (6%). Os homens também priorizam a segurança, mas em parcela menor (33%).
Questionadas sobre a finalidade dos rendimentos de aplicações, 34% das mulheres destacam que pretendem utilizar o recurso para comprar um imóvel. Os dados ainda mostram alguns pontos sensíveis, como a queda no percentual de mulheres que não têm conta em banco. Em 2021, o percentual era de 21% e em 2023 foi de 15%.
A poupança é o investimento mais utilizado pelas mulheres (26% do total entrevistado). Depois vem os títulos privados (4%) e os fundos de investimentos (3%).