Mesmo com a perda de valor de mercado nas últimas três semanas e o tombo da última sexta-feira, 8, analistas ouvidos por O POVO ressaltaram a saúde financeira da Petrobras, sem esquecer de citar pontos controversos da atual política adotada pela companhia.
O consultor em engenharia do petróleo, Ricardo Pinheiro, lembrou que a Petrobras teve o segundo maior lucro líquido de sua história e também o segundo maior resultado do mundo em seu segmento, atrás apenas da Exxon Mobil.
"Foi, principalmente, o investidor do curtíssimo prazo e do mercado extremamente especulativo de ações que provocou todo esse estardalhaço, não o investidor de médio e longo prazo, que está analisando os resultados da empresa, que apresentou recordes de produção e de refino", destacou.
Por sua vez, o analista-chefe da TC, Carlos André Marinho Vieira, ressaltou que mesmo a chamada política PPI, ou seja, a que estabelecia o preço da paridade de importação, na prática, não foi abandonada pela companhia, o que era uma preocupação do mercado quando da chegada de Jean Paul Prates ao comando da Petrobras.
"Em tese, ele acabou com o PPI, mas não na sua essência. Foi realizado outro tipo de cálculo que garante uma paridade internacional no preço dos combustíveis vendidos pela Petrobras, com uma maior diferença entre o período de reajuste, que agora é mais longo", avaliou.
Por fim, o economista Ricardo Coimbra observou, porém, que a retenção do pagamento de dividendos acaba sendo negativa para o próprio governo que é acionista majoritário da Petrobras.
"Quanto maior o lucro da empresa maior será a parte desse lucro que pode ser direcionada para o que o governo achar mais interessante, como o investimento na área social", concluiu.