A produção industrial no Ceará registrou uma queda de 0,2% na passagem de dezembro para janeiro de 2024. O resultado, porém, é melhor do que a média nacional do País no período (-1,6%). Já em relação a janeiro de 2023, houve uma expansão de 3,6% no Estado. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o resultado é negativo, com uma diminuição de 4,7%.
Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada ontem, 13, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre as atividades industriais que contribuíram para que o índice do Ceará ficasse em queda nesse período estão produtos químicos (-2,33%), vestuário (-2,03%), produtos de metal (-0,76%), além de outros com impactos menores.
Entre os segmentos analisados pela PIM, quatro cresceram no Estado: têxtil (0,87%), bebidas (0,47%), produtos de couro e calçados (0,1%) e alimentos (0,07%).
Seis dos 15 locais investigados pela Pesquisa Indústria Mensal (PIM) Regional recuaram na passagem de dezembro para janeiro, quando a produção industrial do país caiu 1,6%.
As maiores quedas foram registradas no Espírito Santo (-6,3%) e no Pará (-4,9%), enquanto a principal influência negativa sobre o resultado nacional veio do Rio Grande do Sul (-3,8%). No acumulado em 12 meses, a indústria variou 0,4%, com taxas positivas em dez locais.
“A queda de 1,6% na indústria nacional foi registrada após cinco meses sem resultados negativos, com ganho acumulado de 2,9%, e representa uma estratégia da própria indústria para equalizar o comportamento de oferta e demanda. É um movimento natural em relação aos meses anteriores que também é observado regionalmente”, explica o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.
Um exemplo é o que ocorreu na indústria capixaba, que além de ter a retração mais elevada entre os locais pesquisados, exerceu a segunda maior influência negativa sobre o resultado da indústria brasileira.
“A atividade extrativa foi a que mais impactou esse comportamento dentro dessa indústria. Esse setor foi um dos responsáveis pelo ganho de ritmo no fim do segundo semestre de 2023 e, na passagem de dezembro para janeiro, houve esse movimento de recuo que podemos observar no resultado nacional e no estado”, diz o analista.
O setor extrativo também influenciou o resultado negativo da indústria paraense (-4,9%). “Esse mesmo movimento do setor foi observado no Pará, onde a indústria é mais concentrada nessa atividade”, afirma.
Isso porque a produção industrial do Estado havia crescido em novembro (1,8%) e dezembro (2,7%), com ganho acumulado de 4,5% nesse período.
No Rio Grande do Sul, a queda de 3,8% veio após um avanço de 1,6% no mês anterior. Os demais estados com taxas negativas foram Goiás (-3,3%), Santa Catarina (-3,1%) e Ceará (-0,2%).
Entre os nove locais que avançaram, o destaque foi o Amazonas (16,7%) que teve a maior expansão e exerceu o maior impacto positivo sobre a indústria nacional. Em dois meses, a indústria amazonense acumula alta de 30,3%.
"A maior influência para esse resultado veio do setor de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos. Entre setembro e novembro, a seca severa no estado afetou a logística da indústria local, tanto no que tange ao escoamento da produção quanto ao abastecimento de insumos. Isso gerou custos adicionais, que resultaram na redução do ritmo de produção", explica o pesquisador.
A segunda maior influência positiva veio de São Paulo (0,8%), que responde por cerca de 33% da indústria do País.
“Os setores que mais influenciaram essa alta foram o de produtos químicos e o de outros equipamentos de transporte. Com esse resultado, observamos que a indústria paulista está 0,4% acima do seu patamar pré-pandemia”, destaca o analista.
Em dezembro, o setor industrial do estado havia recuado 1,6%. “Antes disso, a indústria paulista teve dois meses seguidos de crescimento. A partir desses resultados, é possível observar uma melhora no ritmo de produção local”, pontua.
No Paraná (1,9%), terceira maior influência sobre o resultado nacional, as maiores contribuições vieram dos setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos e de máquinas e equipamentos.
Os outros resultados positivos foram dos seguintes locais: Mato Grosso (4,4%), Região Nordeste (3,2%), Bahia (2,1%), Minas Gerais (1,0%), Rio de Janeiro (0,8%) e Pernambuco (0,5%).