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Acordo por porto seco atrai novas empresas para Quixeramobim
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Acordo por porto seco atrai novas empresas para Quixeramobim

| Expectativas | Memorando assinado em abril com grupo privado de logística prevê geração de, pelo menos, 1.500 empregos
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AVANÇO em obras da Transnordestina facilitou negociação do município com operador portuário de atuação internacional (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES AVANÇO em obras da Transnordestina facilitou negociação do município com operador portuário de atuação internacional

A assinatura, em meados de abril, de um memorando de intenções para instalação de um porto seco em Quixeramobim já começa a atrair o interesse de novas empresas, conforme explicou o secretário do Desenvolvimento Econômico do município em entrevista exclusiva ao O POVO.

Segundo Afrânio Feitosa, uma distribuidora de combustíveis com atuação no Nordeste tem interesse na estrutura de tancagem a ser construída no equipamento pela Value Global Group.

Além do Brasil, a operadora portuária está presente em países como Alemanha, China e Estados Unidos, e estima que vai gerar, no mínimo, 1.500 empregos.

A previsão é de que até US$ 20 milhões (cerca de R$ 104 milhões) sejam investidos, somente na primeira etapa da obra. O empreendimento vem sendo negociado entre o município de Quixeramobim e a Value Global Group há dois anos, tendo ganhado força após a retomada das obras da Ferrovia Transnordestina, no ano passado.

A estrutura de transporte deve ligar, até 2027, a cidade piauiense de Eliseu Martins ao Porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, no Ceará, em um percurso total de 1.209 km, passando por Quixeramobim. Na semana passada, o governo federal lançou edital para retomada também do projeto do ramal Suape, principal porto pernambucano.

Embora a ideia de se ter um porto seco no Ceará com conexão do Porto do Pecém seja antiga, Quixeramobim foi o primeiro município do Estado a apresentar um projeto do tipo. No Nordeste, apenas Bahia e Pernambuco contam com portos secos. O País como um todo conta com menos de 30 equipamentos como esse, que permite receber e armazenar para distribuição, produtos diversos, tais como grãos, minérios, combustíveis, entre outras mercadorias.

Segundo o secretário do Desenvolvimento Econômico de Quixeramobim, Afrânio Feitosa, além da doação do terreno (com área de 360 hectares) para a construção do empreendimento, o município já está tratando “com empresários interessados em fazer parte do projeto, dentro do próprio porto seco. Inclusive, a própria Transnordestina tem interesse em algo dessa magnitude. Para você ter uma ideia, somente no que se refere a grãos, Quixeramobim compra hoje 250 milhões de quilos por ano, entre milho, farelo e soja”.

“Nós já estamos conversando com empresas de outros estados, inclusive, com indústrias de outros países, no ramo de fertilizantes. Temos também uma das maiores bacias leiteiras do Ceará e a cada 2,5 litros de leite, nós precisamos de um quilo de ração. Temos também minérios, incluindo rochas ornamentais. Então, temos a exploração de diversas cadeias econômicas que atraem muitas empresas, incluindo o nosso polo calçadista”, citou.

Feitosa citou ainda o potencial econômico da macrorregião. “Eu solicitei à Adece um projeto de potencialidade econômica do Sertão Central. Isso aí é até para dar alicerce ao Estado, porque eu não posso fazer um estudo em Senador Pompeu e Milhã, por exemplo, mas o governo tem condições e vai ser muito importante porque uma empresa privada, se entender que Iguatu, por exemplo, é bom, ela coloca um porto seco lá também”, pontua.

Em audiência pública realizada no mês passado, o CEO da Value Global Group, Ricardo Azevedo, o Porto Seco será um terminal multimodal, que contará com silos para grãos, pátio concretado para minério, terminal de contêineres, integrados com a operação de carga e descarga da Transnordestina, além de posto de suporte para caminhões, postos de combustíveis, restaurantes, serviços, heliponto e órgãos públicos.

“A própria demanda deles (do município de Quixeramobim) justificaria uma operação de porto seco. A gente faz a construção de acordo com a característica da carga e de acordo com a característica da rodovia”, concluiu Azevedo.

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