A construção de portos secos vem sendo alvo de estudos de outros municípios no Ceará, especialmente em regiões como o Cariri e o Sertão Central, cortadas pela Transnordestina.
Em dezembro do ano passado, por exemplo, uma audiência pública para tratar do tema foi realizada no município de Missão Velha.
Na ocasião, o prefeito daquele município, Luiz Rosemberg Dantas Macedo Filho, disse que havia iniciado ainda em outubro de 2023 os trâmites sobre a instalação do porto seco.
Em 2021, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) fez estudos para construção de um porto seco na Região Centro-Sul do Ceará, como forma de impulsionar a consolidação de um hub logístico de cargas no Estado.
A ideia era construir a estrutura entre os municípios de Iguatu e Quixadá e, além da integração com o Porto do Pecém, ser uma espécie de afluente de um hub aéreo regional, tendo como sede o município de Russas. Mas a intenção de construir portos secos no Interior do Estado não tem partido apenas de iniciativas do poder público.
Ao O POVO, Marcelo Gurgel Carvalho, executivo de vendas da AMP Terminals contou ter interesse em que a empresa estivesse presente em portos secos ao longo do trajeto da Transnordestina, como forma de complementar a operação de contêineres fora do Porto do Pecém. Ele ainda apontou a ferrovia como "uma oportunidade", vide a perspectiva de elevar a movimentação de contêineres.
Apesar dos estudos em outros locais, conforme o CEO da Value Global Group, Ricardo Azevedo, apenas o município de Quixeramobim apresentou uma proposta concreta para efetivar um empreendimento do tipo.
“Quando a gente começou a tratar esse assunto há quatro anos, o Governo do Estado do Ceará nos passou três possibilidades: Missão Velha, Iguatu e Quixeramobim. Nós só recebemos retorno de Quixeramobim”, destacou. (Colaboraram Denilson Rodrigues, Alan Magno e Armando de Oliveira Lima)