A Petrobras anunciou ontem, 15 de maio, que o seu conselho de administração aprovou, além da demissão do ex-presidente Jean Paul Prates, a destituição do cargo do diretor financeiro (CFO, em inglês) e de relações com investidores, Sergio Caetano Leite.
De forma interina, assumiu a Presidência da estatal a diretora executiva de Assuntos Corporativos, Clarice Copetti, até a eleição e posse da nova presidente Magda Chambriard.
Já o gerente executivo de finanças, Carlos Alberto Rechelo Neto, também assumiu a posição de CFO e diretor de relações com investidores de forma interina, à espera da eleição do novo diretor pelo Conselho de Administração da companhia.
Além disso, o senador federal Prates renunciou ao cargo de membro do Conselho de Administração após o encerramento antecipado do seu mandato à frente da Presidência. As informações foram divulgadas pela Petrobras em fato relevante ao mercado.
O engenheiro de petróleo sênior e membro da Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET), Ricardo Pinheiro, acredita que a troca de comando está além de pontos empresariais. "Será mais uma reorganização de forças políticas dentro do PT e da base de apoio do Governo. E Prates, no comando da Petrobras, não conseguiu aglutinar ao seu redor, capacidade política que o sustentasse."
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) declarou, em nota, que respeita a decisão soberana do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao comando da Petrobras, e agradece o relacionamento desenvolvido com Prates nos últimos anos.
Em relação à nomeação de Magda, a FUP destaca que "tem confiança de que será mantida a boa relação com a futura gestão da estatal, em favor do fortalecimento da Petrobras, do desenvolvimento do país e dos trabalhadores."
O Sindicato dos Petroleiros do Ceará (Sindipetro Ceará) afirmou também que entende ser competência do Governo Federal a determinação de cargos na estatal "alinhados ao plano de governo vencedor nas ruas."