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Petrobras propõe ao Cade medidas de monitoramento em troca de manter parque de refino
Economia

Petrobras propõe ao Cade medidas de monitoramento em troca de manter parque de refino

Das oito refinarias que tinham de ser vendidas, a estatal decidiu permanecer com cinco. Dentre estas, a Lubnor
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LUBNOR foi uma das refinarias que a Petrobras desistiu do processo de venda (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE LUBNOR foi uma das refinarias que a Petrobras desistiu do processo de venda

A Petrobras apresentou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) suas propostas para manter seu atual parque de refino, o que vai demandar a assinatura de um novo aditivo ao acordo firmado em 2019 com o órgão antitruste.

O documento original previa a venda de oito refinarias pela petroleira. Destas, já houve a alienação integral de toda a infraestrutura da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), da Refinaria Isaac Sabbá (Reman) e da Unidade de Industrialização de Xisto (SIX).

Por outro lado, a companhia decidiu manter a refinaria cearense Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), Refinaria Abreu e Lima (Rnest), Refinaria Gabriel Passos (Regap). 

Argumentação

Em quase 60 páginas apresentadas ao Cade, a estatal discorre sobre as mudanças no mercado de petróleo desde que o Termo de Compromisso de Cessação (TCC) foi firmado, diz não haver indícios de que as alienações resultaram em ganhos competitivos e sugere uma gama de medidas, que são lidas dentro do Cade como compromissos "comportamentais" por parte da estatal. A Superintendência-Geral do Cade já apresentou posição favorável à proposta feita pela empresa.

Entre os compromissos sugeridos está a divulgação pela Petrobras de suas diretrizes gerais comerciais para entregas de petróleo por via marítima não discriminatórias e "em estrita observância ao direito da concorrência brasileiro". A aplicação seria monitorada rotineiramente pelo Cade.

"Em estrito alinhamento ao objetivo de manutenção da competitividade no mercado de refino de petróleo no Brasil, a Petrobras se compromete, com esta proposta de 6º Aditivo ao TCC, a disponibilizar em seu sítio eletrônico suas diretrizes gerais comerciais na venda de petróleo a terceiros para entregas por via marítima em território brasileiro e divulgar comunicado afirmando expressamente que não discriminará refinaria independentes em território brasileiro na venda de petróleo para entregas por via marítima", afirma na proposta.

A proposta prevê também a oferta de Contratos Frame a qualquer refinaria independente em território brasileiro, conferindo-lhes vantagem de extrair "maiores benefícios" em suas negociações para suprimento de petróleo por via marítima com outras contrapartes.

A Petrobras ainda sugere proporcionar ao Cade o acompanhamento da aplicação da nova estratégia comercial da Petrobras para a oferta no Brasil de produtos derivados de petróleo que são objeto de investigação no órgão, notadamente: gasolina, diesel, gás liquefeito de petróleo (GLP), querosene de aviação (QAV), óleo combustível e asfalto (em conjunto, derivados de petróleo).

"Tais relatórios serão atualizados e disponibilizados no Data Room a cada 30 dias, permitindo ao Cade analisar, com elevado grau de transparência e detalhamento, as decisões de precificação efetivamente adotadas no curto prazo, munindo-o com informações suficientes para verificar a conformidade das práticas comerciais adotadas pela Petrobras à Lei de Defesa da Concorrência", explicou a estatal.

O documento também contém o pedido para suprimir do acordo original as obrigações de venda de "determinadas" refinarias.

O documento ainda observa que os compromissos sugeridos ainda estão sujeitos aos trâmites regulares de aprovações internas da Petrobras. 

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