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Área que receberá hub de hidrogênio verde no Ceará é alfandegada
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Área que receberá hub de hidrogênio verde no Ceará é alfandegada

| Infraestrutura | Presidente da ZPE do Ceará, Hélio Leitão, informou ainda que mais R$ 3 milhões devem ser aplicados na área até o fim deste ano
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Hélio Winston Leitão, presidente da ZPE Ceará (Foto: Yuri Allen/Especial para O Povo)
Foto: Yuri Allen/Especial para O Povo Hélio Winston Leitão, presidente da ZPE Ceará

A área destinada ao hub de hidrogênio verde no Complexo do Pecém recebeu o aval da Receita Federal para operar. Ao todo são 1,9 mil hectares que receberam R$ 15 milhões de investimento da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará.

O informe consta no Diário Oficial da União de ontem, 21, e foi comemorado pelo presidente da ZPE, Hélio Leitão. O processo foi concluído junto à Receita Federal do Brasil (RF) e se refere ao local onde serão instaladas as unidades fabris para a produção e distribuição de hidrogênio verde no Complexo Industrial e Portuário do Pecém.

"Estou muito entusiasmado. Cheguei aqui há dois meses e estou vendo que o nosso futuro está chegando. Breve, muito em breve, essa região e o Estado do Ceará serão outros em 5 anos, no máximo", projetou em entrevista exclusiva ao O POVO, mencionando o desenvolvimento do hub.

A ZPE é o alvo dos 37 memorandos de entendimento assinados entre o governo cearense e investidores de hidrogênio verde e tem nos seis pré-contratos assinados a confiança na confirmação dos investimentos pelas empresas.

Com o aval, após a RF analisar a infraestrutura local, está autorizada a realização de atividades para os procedimentos de desembaraço aduaneiro. Mais detalhadamente, isso inclui movimentação de cargas, armazenagem e demais processos relacionados ao despacho de mercadorias, sejam elas importadas ou exportadas.

Leitão informou ainda que outros R$ 3 milhões deverão ser investidos na área até o fim deste ano. 

Infraestrutura

A área ou gate industrial alfandegado possui quatro balanças para pesagem de até 120 toneladas. Mas o setor 2 da ZPE Ceará conta, ainda, com câmeras de videomonitoramento, incluindo OCRs para registros de veículos.

Essa estrutura se integra ao Sistema Integrado de Controle Aduaneiro (SICA), voltado às demandas do setor 2, visando os fluxos das cargas com o setor 1 e, também, com o Porto do Pecém.

Já o primeiro setor da ZPE Ceará possui uma área total de 1.251 hectares e conta com três empresas instaladas: ArcelorMittal Pecém (antiga Companhia Siderúrgica do Pecém – CSP), a primeira usina integrada do Nordeste; White Martins; e Phoenix Services.

“O alfandegamento representa mais um esforço da ZPE Ceará para proporcionar uma estrutura moderna e otimizada às empresas que serão instaladas no setor 2. A ampliação da nossa área alfandegada tem como principal objetivo atender as necessidades dos projetos de hidrogênio verde, dando celeridade, segurança e informação aos nossos clientes, órgãos públicos atuantes na região e, também, à Receita Federal”, afirma o presidente da ZPE Ceará, Hélio Leitão.

O que é o hub de hidrogênio verde

O hub de hidrogênio verde do Ceará é um projeto de transição energética no Estado. 

Tem parceria com o Complexo do Pecém, Federação das Indústrias do Estado (Fiec) e Universidade Federal do Ceará (UFC).

Visa transformar o Pecém em fornecedor global deste tipo de combustível e seus derivados, gerando emprego, renda e contribuindo para descarbonização mundial.

Atualmente, são seis pré-contratos assinados com as empresas AES Brasil, Casa dos Ventos, Cactus Energia, Fortescue, Voltalia e uma outra que ainda não quer divulgação.

Também são contabilizados pelo Governo do Estado mais de 35 Memorandos de Entendimento (MoUs) assinados.

Com os pré-contratos, o Executivo estadual soma mais de US$ 8 bilhões em investimentos até 2030, com mais de 500 hectares já reservados no setor 2 da ZPE Ceará.

A previsão, portanto, é duplicar a quantidade de empregos diretos e indiretos gerados na região, que hoje é de 80 mil.  (Com Beatriz Cavalcante)

Veja: O porto do Pecém como a casa do Hub de Hidrogênio Verde

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Área 2 da Zona de Processamento de Exportação do Ceará, na qual devem ser instaladas as indústrias de hidrogênio verde do hub do Pecém
Área 2 da Zona de Processamento de Exportação do Ceará, na qual devem ser instaladas as indústrias de hidrogênio verde do hub do Pecém

ZPE é melhor que Praia do Futuro para data centers, diz Hélio Leitão

A Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará promete entrar na competição para atrair data centers de empresas nacionais e estrangeiras para o Estado. Hélio Leitão, presidente da ZPE, afirmou que o local supera a Praia do Futuro em condições de operação e vai investir nisso.

Hoje, além dos R$ 55 bilhões de investimento da Casa dos Ventos em um data center já captado, Leitão conta que conversa com outros investidores internacionais. "ZPE oferece benefícios fiscais. Além da infraestrutura que vai ser proporcionada dentro de uma área aduaneira, tem os benefícios fiscais federais e estaduais que a lei proporciona", destacou.

Com isso, os investidores teriam condições privilegiadas na operação e também na compra de equipamentos, os quais boa parte devem vir do exterior.

"Sem dúvida" foi a resposta do presidente da ZPE ao ser perguntado se a atração desses data centers mira tornar o Pecém o novo ponto de conexão de fibra óptica do Ceará.

Ele apontou a estabilidade da área industrial, especialmente com a construção do corredor de serviços, como ideal para a conexão dos cabos aos centros de processamento de dados.

Hoje, Fortaleza conta com 17 cabos do tipo conectados no polo tecnológico da Praia do Futuro, onde estão data centers de empresas nacionais e internacionais.

Com uma nova área apta para a operação desses equipamentos, como propõe o presidente da ZPE, a polêmica em torno da usina de dessalinização de Fortaleza, a Dessal, teria fim.

A instalação da usina próxima aos equipamentos das empresas de telecomunicações incomodou o setor e gerou polêmica nacional quando as associações de operadoras falaram que a Dessal poderia derrubar a internet do Brasil.

No entanto, apesar do apoio da Agência Nacional de Telecomunicações, o projeto teve segmento e já conta com as licenças básicas ambientais. No momento, aguarda a licença de instalação para iniciar as obras.

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